Centeno sem dúvidas: "Falha quase tudo" no programa do PSD
Ministro das Finanças duvida da "razoabilidade orçamental" do projeto apresentado por Rui Rio. Líder social democrata prometeu baixar impostos para a classe média e empresas.
O ministro das Finanças, Mário Centeno, não esconde a sua desconfiança para com o programa do PSD para as próximas legislaturas, apresentado esta semana por Rui Rio. Para o governante do Executivo de António Costa, mais do que a previsão de um crescimento de 2,7% do PIB, está em causa a "razoabilidade orçamental". "Não vejo uma dificuldade significativa no cenário macro apresentado pelo PSD desse ponto de vista [do crescimento económico). Já a mesma coisa não penso em relação à sua razoabilidade orçamental, onde, do pouco que sabemos daquele programa, me parece que ali falha quase tudo", disse em entrevista ao Público.
"Sabemos que a receita fiscal vai cair quando comparado com todos os outros cenários. E depois há ali o habitual milagre do corte da despesa que levanta alguma dúvidas, em particular no que respeita aos consumos intermédios. Há uma dimensão enormíssima dessa despesa que é precisamente na Saúde. Portanto, é preciso saber onde é que esses cortes são feitos. E a mesma coisa é verdade para as despesas com pessoal e prestações sociais", reforçou, acrescentando: "Já estão legisladas, em termos de congelamento de carreiras e no funcionamento da Lei de Bases da Segurança Social, obrigações de despesa. E aquelas despesas que estão previstas no programa do PSD não me parece que cheguem para dar resposta a essas obrigações. Esta quinta-feira,
Em conferência de imprensa, na sede do PSD no Porto, Rui Rio explicou que, em matéria de IRS, além da redução do imposto nos escalões intermédios, numa medida "marcadamente para a classe média porque foi quem mais sofreu com a `troika´", pretende aumentar as deduções das despesas com a educação e impulsionar o incentivo fiscal à poupança das famílias.
Já quanto ao IRC, Rui Rio prometeu uma redução gradual deste imposto em quatro pontos percentuais ao longo da legislatura, passando dos atuais 21% para 17%, por forma a reduzir o esforço fiscal das pequenas e médias empresas (PMEs).
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