Santos Silva fala em “orçamento faz de conta”
O ex-ministro do PS considera que “é impossível que consigamos, sem medidas extraordinárias, chegar a 4% [de défice em relação ao PIB] em 2014”. Santos Silva considera que o principal resultado deste orçamento é um novo “imposto sobre os rendimentos dos pensionistas e reformados”.
O professor de Ciência Política e antigo ministro da Defesa do Executivo liderado por Sócrates, Augusto Santos Silva, vê o Orçamento do Estado para 2014, como “um orçamento contrário aos interesses da economia portuguesa”. O socialista refere-se a um “orçamento faz de conta” e vaticina que “é impossível que consigamos, sem medidas extraordinárias, chegar a 4% [de défice em relação ao PIB] em 2014”. “Ninguém acredita”, conclui.
No habitual programa de comentário na TVI24, o antigo ministro do PS mostrou descontentamento pelo facto de dizerem “que estamos a equilibrar pelo lado da despesa, quando aquilo que vemos é impostos sobre funcionários públicos e reformados”.
Santos Silva encara “este orçamento como uma vingança póstuma de Vítor Gaspar”, socorrendo-se do exemplo da propalada, após a remodelação governamental, descida do IVA da restauração, naquilo que “seria um dos passos simbólicos para a mudança”, que afinal ficou na mesma.
O militante socialista lamenta que “tantos sacrifícios, tanto dinheiro retirado às pessoas e à economia, [resultem em] absolutamente nada do ponto de vista da consolidação orçamental”. Por isso conclui que “a política orçamental que tem sido conduzida é errada, mesmo do ponto de vista dos resultados orçamentais” e garante que o orçamento não vai garantir “uma viragem para 2014” sendo somente uma “réplica” das políticas de Vítor Gaspar.
O professor de Ciência Política também comentou a redução da despesa, tendo referido que “o que interessa não é o valor absoluto da despesa mas o valor relativo da despesa em relação ao PIB”, elucidou.
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