Partidos afinam estratégias. Conheça as apostas para as autárquicas
A pouco mais de dois meses das eleições autárquicas, os partidos têm já alinhadas as estratégias para saírem vitoriosos. O PS, depois do desaire nas legislativas, procura manter o mapa das autarquias pintado de cor-de-rosa perante um PSD que quer vencer, nomeadamente nas áreas metropolitanas, apostando em coligações, tal como o fazem CDS-PP, IL, CDU, BE e PAN. O Chega vai a todas as câmaras com todos os seus deputados.
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No PSD, o objetivo para 12 de outubro está traçado na moção de estratégia de Luís Montenegro - recuperar a liderança da Associação Nacional de Municípios Portugueses e da Associação Nacional de Freguesias -, o que implica alterar a relação de forças com o PS, que preside atualmente a mais 35 câmaras do que os sociais-democratas.
Uma aposta forte será nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e do Porto, onde a direção do PSD acredita que poderá manter a liderança dos municípios a que já preside -- como Lisboa ou Cascais -- e tentar a vitória em autarquias que mudam obrigatoriamente de presidente, como Porto, Gaia ou Sintra.
Nas próximas autárquicas, o PSD só não concorre a três dos 308 municípios do país (todos no Alentejo) e, em mais de metade, irá coligado com outros partidos, sendo a novidade os acordos com a IL, mantendo-se sem qualquer coligação pré-eleitoral com o Chega.
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André Ventura, apelidou estas eleições de uma "prova de fogo" e estabeleceu como objetivo "ganhar câmaras no país todo", acreditando que o partido vai "ganhar as autárquicas", depois do quarto lugar a nível nacional conseguido nas autárquicas de setembro de 2021.
Para isso, o partido quer apresentar candidaturas em todos os concelhos do país, como anunciou o líder André Ventura e confirmou à Lusa a direção autárquica do Chega.
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Depois de André Ventura ter apelado à disponibilidade dos parlamentares para o desafio eleitoral de 12 de outubro, a presença do Chega nestas eleições fica marcada pela presença todos os deputados (à exceção do líder) como cabeças de lista aos executivos e assembleias municipais, confirmou a direção autárquica do partido à Lusa.
O PS quer continuar a liderar a ANMP e a ANAFRE, mas enfrenta o desafio de ter 47 presidentes de câmara perante a limitação de mandato, entre os quais os autarcas de Sintra, Valongo, Torres Novas ou Guimarães.
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Segundo o coordenador autárquico, falta resolver a situação em três concelhos, nos quais o PS está a fazer todos os esforços para apresentar candidatura própria, mas no restante país o mapa está já fechado.
Atualmente, apesar de ser o principal partido autárquico, o PS tem apenas a presidência de quatro concelhos que são capitais de distrito (Leiria, Viana do Castelo, Vila Real e Beja), estando fora da liderança de Lisboa e Porto, por exemplo.
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A Iniciativa Liberal tenciona candidatar-se em cerca de 100 câmaras, quase o dobro face a 2021, e irá integrar coligações em cerca de "25% a 30%" dos casos, segundo indicou à Lusa o coordenador autárquico do partido, o deputado Miguel Rangel.
Até ao momento, a IL já 'fechou' 75 candidaturas: 47 em listas próprias e 28 em coligação, apresentando-se ao lado de PSD e CDS nos quatro maiores municípios do país: Lisboa, Sintra, Porto e Vila Nova de Gaia.
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De um total de quarenta candidaturas, o Livre já conta com cerca de duas dezenas de coligações à esquerda, sendo as suas grandes apostas Lisboa (encabeçada pela socialista Alexandra Leitão, que junta PS, Livre, BE e PAN), Sintra (com a socialista Ana Mendes Godinho a ser apoiada pelo PS e Livre) e Porto, onde o partido candidata o dirigente Hélder Sousa.
No total, o Livre vai coligado com PS, BE e PAN em Lisboa, Albufeira e Ponta Delgada; apenas com o PS em Felgueiras, Sintra e Vila Real; com o PAN e o PS na Póvoa de Varzim e na Trofa; com os independentes (Cidadãos por Coimbra), PS e PAN em Coimbra; com o movimento independente "Evoluir Oeiras", BE e o Volt a Oeiras; com o BE e o PAN em Cascais, Figueira da Foz, Leiria, Loures, Odivelas, Olhão, Portimão e Silves; e apenas com o BE no Barreiro, Castelo Branco, Loulé, Odemira e Santarém.
Apresenta ainda listas próprias à Amadora, Aveiro, Barcelos, Braga, Caldas Rainha, Entroncamento, Faro, Matosinhos, Montijo, Oliveira Azeméis, Paços de Ferreira, Penafiel, Porto, Sta. Maria Feira, Rio Maior, Tomar e Vila Franca de Xira.
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Nas últimas eleições autárquicas, em 2021, a CDU candidatou-se a 305 municípios -- só faltaram três na região autónoma dos Açores -- e conquistou 19 câmaras municipais, o número mais baixo de sempre para uma coligação que, no seu auge, em 1982, governou 55 autarquias.
Quatro anos depois, a CDU tenciona candidatar-se aos 308 municípios do país, sempre no quadro da coligação integrada por PCP e PEV, e quer "confirmar, consolidar e reforçar" o número de câmaras que detém atualmente, segundo indicou à Lusa Jorge Cordeiro, membro da Comissão Política e do Secretariado do Comité Central do PCP.
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O CDS-PP avança para as autárquicas coligado com o PSD na maioria das suas candidaturas, mas também concorre com listas próprias em dezenas de municípios com o objetivo já definido de manter ou aumentar a presença autárquica.
Nuno Melo traçou como objetivo continuar "a ser muito relevante no plano autárquico", o que "significa desejavelmente e preferencialmente manter ou crescer" a presença local dos centristas - que atualmente lideram seis municípios.
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O Bloco de Esquerda estabeleceu já cerca de duas dezenas de coligações à esquerda no âmbito das eleições autárquicas de outubro, um aumento significativo face a 2021, numa altura em que o partido almeja recuperar do desaire nas legislativas.
O BE ainda "está a construir listas autárquicas em todos os distritos e regiões do país, mantendo a presença nos territórios onde tradicionalmente tem concorrido" e onde já se incluem cerca de duas dezenas de coligações.
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No caso de Lisboa, os bloquistas mantinham abertura para uma coligação à esquerda que incluísse o PS, com o objetivo de derrotar Carlos Moedas (PSD). Essa coligação é encabeçada pela socialista Alexandra Leitão.
O PAN vai apresentar-se coligado em grande parte das suas candidaturas autárquicas, aliando-se com partidos de pontos opostos do espetro político, desde o CDS-PP ao BE, opção que já foi alvo de críticas internas.
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Segundo a direção da campanha, o partido ainda não fechou todas as listas, mas tem, nesta altura, 16 candidaturas confirmadas, divididas entre coligações (10) e listas próprias (seis), e a expectativa é de que o PAN apresente candidatos em mais de 40 municípios do país.
O JPP apresenta listas individuais aos concelhos madeirenses do Funchal, Calheta, Câmara de Lobos, Machico, Ponta do Sol, Porto Moniz, Ribeira Brava e Santa Cruz.
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No arquipélago Madeira, o JPP só não se candidata em três dos 11 concelhos: Santana, São Vicente e Porto Santo, mas, neste último, apoia a candidatura do movimento de cidadãos UNE - Uma Nova Esperança, uma vez que inclui militantes do Juntos Pelo Povo.
O partido vai também candidatar-se, sozinho, aos municípios de Paredes, Maia e Gondomar, no distrito do Porto.
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