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Maria Manuela Faria: custos da ADSE caíram 35% “pelos piores motivos”

A pandemia também levou a um afastamento dos beneficiários da ADSE dos serviços de saúde privados, que se traduziu numa quebra de 35% nas faturas apresentadas ao subsistema. Ao mesmo tempo agravou-se o atraso no pagamento dos reembolsos do regime livre, um problema que a ADSE conta superar com o recurso a serviços externos.

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24 de Outubro de 2020 às 21:00

O afastamento dos portugueses dos serviços de saúde não poupou as unidades privadas, o que se traduziu numa quebra de 35% na facturação apresentada à ADSE durante o período mais crítico do confinamento.

Em entrevista ao Negócios e à Antena 1, a nova presidente da ADSE, Manuela Maria Faria, admite que por causa disso o volume de despesas caia em 2020 – contrariando a tendência de agravamento de um ano normal – e que o excedente fique acima dos 50 milhões de euros no ano passado.

"Durante a pandemia os beneficiários da ADSE, como penso que a população em geral, confinou-se muito, e bem, naquilo que se tinha de confinar, mas houve medo no recurso aos cuidados de saúde".

"Isso fez com que houvesse menos consultas, menos imagiologia etc e portanto foi por aí que os nossos custos de facto abrandaram. Foi pelos piores motivos", refere.

Neste contexto extraordinário a faturação apresentada à ADSE deverá ficar abaixo do ano passado - "disso eu não tenho dúvidas" - e o saldo deverá ficar acima dos 50 milhões de euros registados no ano passado.

Ao longo da entrevista, a presidente da ADSE rejeita que retirando a contabilização de receitas que efetivamente não entram - como a das regularizações exigidas ou privados ou da dívida que a ADSE entende que o estado tem por causa dos beneficiários isentos - a ADSE esteja próxima de um défice.

Recurso a serviços externos reduziu atrasos,  mas ainda há 230 mil reembolsos à espera

Internamente, a pandemia "teve um impacto grande" nos serviços que gerem um subsistema com 1,2 milhões de beneficiários.

É desta forma que a presidente da ADSE justifica os atrasos nos pagamentos dos reembolsos do regime livre, que agora abrangem 230 mil processos, embora já tenham sido mais.


Maria Manuela Faria explica que o recurso a serviços externos reduziu atrasos nos reembolsos
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"É sabido que tivemos com um atraso até substancial relativamente aos nossos reembolsos. Chegámos a ter perto de 700 mil documentos em espera. Isto em fevereiro, depois em maio tinhamos à volta de 500 mil", descreve. Os atrasos chegaram a ser de "quatro e cinco meses", algo que, acrescenta, "não deve acontecer".

"Depois a partir de junho as coisas começaram de facto a endireitar-se um pouco mais e posso-lhe dizer que neste momento temos cerca de 230 mil e estamos confiantes que chegamos ao final do ano com o prazo de 60 dias", acrescenta.

A recuperação dos atrasos só foi possível através do recurso a serviços externos à ADSE que se "adaptaram bem ao trabalho".

É a melhor solução? "Não temos recursos humanos suficientes", e embora a ADSE conte com uma parte dos mil técnicos superiores que vão entrar no Estado o futuro será, provavelmente, um "regime misto" que não prescinda das contratações externas.

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