BES: "Programa de desalavancagem estabelecido de forma abrupta"
Os bancos têm de chegar a um rácio de 120% dos créditos sobre depósitos no final de 2014 e a um rácio de capital de 10% este ano.
Hoje em entrevista ao "Sol", Passos Coelho referiu que não vai pedir mais tempo nem dinheiro à troika, mas está a pedir "que seja analisado o cenário macroeconómico com mais realismo, de modo a evitar uma quebra de financiamento para as empresas privadas. E isso conduzir-nos-á à necessidade de haver uma maior flexibilização do processo de desalavancagem". O primeiro-ministro concretizou que o "aspecto essencial [no que diz respeito a alterações ao programa] tem a ver com as condições de financiamento da economia portuguesa. Uma parte da desalavancagem do sistema financeiro tem de ocorrer, mas se o ritmo dessa desalavancagem for muito intenso, isto pode tornar-se contraproducente no médio prazo. É essa afinação que nós estamos a buscar".
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Ricardo Salgado garantiu, em conferência de imprensa, que o BES continuou a emprestar dinheiro às empresas, nomeadamente PME e exportadoras, mas, continuou, "a queda da procura de crédito é real por parte dos particulares. Não é tão clara na área empresarial, mas há um desaceleramento do programa de investimentos". A queda da procura não é transversal a todos os sectores, acrescentou. Segundo o BES o crédito a empresas, durante 2011, atingiu os 39,6 mil milhões de euros, não contando com a venda de créditos internacionais. Com esta venda, o crédito concedido total desceu para 36,9 mil milhões de euros.
Ricardo Salgado aproveitou a conferência de imprensa para elogiar o Governo, dizendo estar a tomar medidas acertadas, e aproveitando para enviar um recado aos mercados internacionais: o "Governo está a cumprir bem a sua missão" e, disse Ricardo Salgado, há análises internacionais feitas sobre Portugal que não espelham a realidade.
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