Bial investe 48 milhões na investigação de novos medicamentos

Os sistemas nervoso e cardiovascular são o foco da farmacêutica da Trofa no projeto “Cardiomet & SNC”, para o qual vai contratar 12 pessoas e afetar 57 funcionários. O Estado garante incentivos financeiros através da AICEP.
Ricardo Castelo
António Larguesa 06 de Janeiro de 2020 às 12:17

Chama-se "Cardiomet & SNC", representa um investimento de cerca de 48 milhões de euros e envolve a realização de estudos clínicos e não clínicos para identificação do potencial terapêutico de novos compostos nas áreas dos sistemas nervoso central e cardiovascular.

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Esta é a mais recente área de investigação da farmacêutica portuguesa, que pretende assim obter informações sobre a atividade farmacológica e a confirmação da tolerabilidade, segurança e eficácia destes compostos. O objetivo final é a introdução de "medicamentos inovadores no mercado mundial".

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A empresa liderada por António Portela prevê a criação de emprego altamente qualificado e o aumento do quadro de técnicos da empresa afetos à investigação e desenvolvimento (I&D) de novos medicamentos nos próximos anos. Para já, em termos concretos, vai contratar 12 novos colaboradores e afetar 57 postos de trabalho à investigação no âmbito do "Cardiomet & SNC".

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Estas novas informações constam de um despacho assinado pelo ministro da Economia, Siza Vieira, e pelo secretário de Estado da Internacionalização, Eurico Brilhante Dias, publicado em Diário da República esta segunda-feira, 6 de janeiro. Sem detalhar os incentivos financeiros envolvidos, aprova o contrato de investimento com a AICEP por ser "de especial interesse para a economia nacional pelo seu efeito estruturante para o desenvolvimento, diversificação e internacionalização da economia portuguesa".

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"O projeto concorre para o aumento do volume de despesas em I&D do setor empresas, quer pelo volume de investimento envolvido, quer pelos investimentos que podem resultar do sucesso da Investigação e Desenvolvimento em causa, podendo ainda contribuir para a melhoria da balança comercial e tecnológica de Portugal, não só através da venda direta dos novos medicamentos no mercado externo, como pela possibilidade de licenciamento a empresas estrangeiras do ‘know-how’ da Bial", lê-se neste documento.

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Inovação própria pesa metade das vendas

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Fundada em 1924, a farmacêutica da Trofa (distrito do Porto) tem atualmente presença comercial em 58 países, destacando-se Espanha e os Estados Unidos da América na lista de melhores destinos. Em 2018, os mercados internacionais valeram cerca de 70% da faturação, que rondou os 270 milhões de euros, sendo que metade do valor total teve origem na venda de dois medicamentos de inovação própria, criados de raiz pela empresa.

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Com mais de 12 mil novas moléculas sintetizadas e sete medicamentos patenteados a nível mundial nas últimas quase três décadas, dos investimentos nesta área resultaram e destacam-se os primeiros fármacos de patente e investigação portuguesa, que estão à venda em dezenas de países: o Zebinix, lançado em 2009 para a epilepsia; e o Ongentys, disponível no mercado português desde setembro de 2018, nome comercial do medicamento destinado a pessoas com a doença de Parkinson.

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