Bluepharma e ANF juntam-se para atacar as multinacionais
O negócio dos medicamentos não sujeitos a receita médica em Portugal, até agora largamente controlado por empresas estrangeiras, vai ter um operador nacional, ainda sem denominação social aprovada, que resulta da "joint venture" (50/50%) entre a farmacêutica coimbrã Bluepharma e a Farminveste, uma sociedade gestora de participações sociais detida pela Associação Nacional de Farmácias (ANF).
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"É uma forma de manter em capitais nacionais um sector de actividade que neste momento é dominado por empresas multinacionais", explicou Paulo Barradas Rebelo, presidente da Bluepharma, em declarações ao Negócios.
"É uma tentativa e um esforço de duas entidades portuguesas se organizarem, de forma inteligente, para terem nas farmácias uma linha de medicamentos não sujeito a receita médica obrigatória", acrescentou o empresário.
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Trata-se de um negócio considerado de "nicho" no mercado português, que é virgem para a Farminveste e onde a Bluepharma "tem uma facturação marginal, correspondente a dois ou três medicamentos e muito baratos".
Paulo Barradas Rebelo garante que "não se trata de nenhum negócio milionário", pelo que a nova empresa "não terá uma facturação por aí além". O plano de negócios desta "joint venture" aponta para vendas de "um milhão de euros ao quarto ou quinto ano" de actividade. O efectivo deverá ser constituído por "uma dezena de pessoas".
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A estratégia da nova empresa passa, numa fase inicial, por operar apenas junto das farmácias portuguesas, seguindo mais tarde o caminho das exportações. "A ideia é começar por cá, mas é para fazer o trajecto que a Bluepharma tem vindo a fazer – o de internacionalização", afiançou o mesmo gestor, adiantando que "existem já contactos importantes em Espanha".
O anúncio da Autoridade da Concorrência refere que "a operação de concentração em causa consiste na criação de uma empresa comum pela Farminveste – Investimentos, participações e Gestão, S.A. e pela Bluepharma Genéricos – Comércio de Medicamentos, S.A., visando a comercialização, a importação e a exportação de medicamentos não sujeitos a receita médica, produtos veterinários e manipulados, com potencial de vendas no mercado nacional e internacional".
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A Bluepharma, que anunciou, há uma semana, que vai investir 15 milhões de euros numa nova unidade industrial, fechou 2016 com uma facturação de 35 milhões de euros, mais três milhões do que no ano anterior, com os mercados externos a representarem 86% do total das vendas.
(Notícia actualizada às 10:48)
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