Coca Cola quer entrar no negócio das águas

A direcção da Coca-Cola Portugal acredita que, ao conjunto de 19 sabores que a companhia comercializa em território luso, faltam duas das categorias que mais têm crescido neste país: as águas e os sumos sem gás.
Negócios 29 de Março de 2005 às 06:06

Juan Manuel Morales, director-geral da companhia em Portugal, considera que não estar presente neste segmentos é perder uma oportunidade de crescimento e que, tradicionalmente, a via do grupo é criar de raiz e não comprar marcas próprias.

A COCA-COLA Portugal está interessada em entrar em duas categorias de bebidas não alcoólicas onde ainda não tem produção no mercado luso: as águas e os sumos com valor acrescentado. Juan Manuel Morales, director-geral da Coca-Cola Portugal, explicou ao Jornal de Negócios que «não estar presente em duas categorias que fazem quase 70% do crescimento do mercado das bebidas não alcoólicas» nos últimos cinco anos «significa renunciar a uma boa parte do bolo», abandono que a multinacional aparentemente não está disposta a manter.

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Quanto à forma como essa diversificação irá realizar-se, Juan Manuel Morales argumenta que a Coca-Cola «tem imenso orgulho de dizer que constrói marcas próprias», tarefa à qual se tem dedicado na sua expansão mundial. «Essa é a nossa primeira hipótese e é o caminho que vamos tentar percorrer», adianta o gestor.

Em Portugal, onde a companhia está desde 1978, a norte-americana comercializa 19 sabores distintos de marcas como a Coca-Cola, Fanta, Nestea, Sprite, Powerade, Tonic, Burn, entre outras. Nas águas, a companhia já comercializou em Portugal a marca Bonáqua, popular na Europa Central, mas apenas durante o tempo que durou o Campeonato Europeu de Futebol em 2004, do qual foi patrocinadora oficial. Já na área dos sumos sem gás vitaminados, a marca mais conhecida da multinacional é a Minute Maid, já em comercialização em Portugal.

A concretizar-se a médio prazo esta diversificação da Coca-Cola em Portugal, a marca garante que a fábrica da Refrige em Azeitão – parceira autónoma da norte-americana para o território nacional – não necessitará de investimentos adicionais para aumentar a produção, que em 2004 assegurou 240 milhões de litros só da marca mais conhecida do grupo. Juan Manuel Morales afirma que a Refrige «está preparada para, nos próximos três a cinco anos, poder produzir sem qualquer problema e sem trocar uma única linha [de produção]», o que só é possível, segundo o responsável, pelo investimento acumulado da empresa de capitais espanhóis em Portugal, avaliado em 60 milhões de euros nos últimos cinco anos.

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Leia a notícia na íntegra na edição de hoje do Jornal de Negócios.

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