Fabricante de calçado de Ronaldo à beira da falência
No Verão de 2014, aquando da apresentação da marca de sapatos não desportivos CR7, Cristiano Ronaldo desfazia-se em elogios à indústria portuguesa de calçado, que "é hoje reconhecida como uma das melhores do mundo, graças à sua capacidade de criação, produção, design e moda". Razões que o levaram a escolher o "made in" Portugal para a sua insígnia CR7 Footwear.
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A marca viria a ser mundialmente lançada em Fevereiro de 2015, na Micam, em Milão, naquela que é a maior e mais prestigiada feira de calçado do mundo. Ainda lá voltou no ano seguinte, mas já não participou nas duas edições deste ano do certame. Porque não tinha novidades, sendo que o site da Portugal Footwear tem apenas para venda sapatos da colecção Outono/Inverno de 2016.
"Os sapatos que estão aí à venda ainda são da nossa produção", garantiu ao Negócios o CEO da PTFTR (Portugal Footwear), a empresa que detinha a licença de concepção, produção e comercialização da CR7 Footwear. "O contrato acabou no final do ano passado", lamentou Paulo Gonçalves.
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Sem querer detalhar os motivos do fim da relação contratual com CR7, o empresário confirmou que a perda deste contrato colocou a Portugal Footwear numa situação económico-financeira bastante débil. "É verdade que apresentámos um Processo Especial de Revitalização (PER) para a reestruturação da empresa", confirmou, alegando que "as duas coisas estão ligadas", referindo-se à perda da licença de produção e comercialização da marca de sapatos do melhor futebolista do mundo.
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CEO da PTFTR (Portugal Footwear)
"Vamos ter de redimensionar a empresa em função da nova realidade", afirmou. Actualmente com pouco mais de duas dezenas de trabalhadores e uma capacidade produtiva da ordem dos 200 pares de sapatos por dia, a PTFTR encontra-se em fase final de negociações com os seus credores. "Não tenho dúvidas nenhumas de que o PER será aprovado", afiançou Paulo Gonçalves.
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A dívida total atinge os 6,8 milhões de euros, a um total de 158 credores, sendo que mais de metade dos créditos reconhecidos são subordinados e relativos a avales, pelo que "o passivo efectivo ronda os 2,5 milhões de euros", garantiu o CEO desta empresa de Guimarães. A Segurança Social tem a haver mais de 247 mil euros e o Fisco cerca de 74.
Como a maioria dos créditos são de accionistas (membros da família Gonçalves), o papel do Novo Banco, que reclama um crédito de 875 mil euros, torna-se determinante para a viabilização da empresa. "O Novo Banco vai aprovar [o plano de recuperação]", garantiu o CEO. A família Gonçalves já foi dona de uma cadeia de sapatarias de luxo, a Egoísta, que faliu em 2010, tendo o próprio Paulo Gonçalves passado por uma situação de insolvência pessoal.
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