Indústria agro-alimentar teme "impacto dramático" das greves nas exportações
"Neste momento a situação é já muito gravosa", alerta em comunicado a FIPA. "O dia-a-dia de muitas empresas passa-se a tentar encontrar contentores disponíveis, a reagendar as cargas ou, pura e simplesmente, a calcular os custos da perda de vendas".
O sector agro-alimentar (que reúne grupos como a Nestlé, a Danone, a Central de Cervejas, Unicer e Sumol+Compal, mas também a Cerealis e a Sovena, entre muitas outras) vem assim apelar "à intervenção urgente do Governo", e "ao bom senso por parte dos trabalhadores portuários a bem do interesse nacional".
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Mas ao Executivo é feito outra chamada de atenção: "Está claramente posto em causa o desígnio,
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Comunicado da FIPA
em boa altura assumido pelo Governo, de fazer crescer as exportações nacionais, com a particularidade de os resultados obtidos nessa área serem até agora a única boa notícia que o País vinha recebendo". Além de que a actual situação "claramente" coloca em causa "a garantia do abastecimento alimentar".
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"Setembro já está irremediavelmente comprometido mas, com esta situação, Outubro e Novembro (meses altos para quem exporta por navio, já que se destinam maioritariamente ao Hemisfério Sul) prometem ser calamitosos, pois há uma fortíssima probabilidade de as companhias de navegação pura e simplesmente deixarem de vir a Portugal", sublinha a FIPA.
Custo de 10 milhões por mês
A FIPA recorda que, no sector, "as exportações são maioritariamente feitas por via marítima". Se a paralisação continuar, "o impacto desta greve em termos de custos logísticos adicionais, nomeadamente o recurso a Vigo ou Algeciras [portos espanhóis], seriam superiores a 10 milhões de euros por mês", estima a federação. Um montante, acredita a direcção da FIPA, que "será certamente ampliado caso as saídas por Espanha comecem a não ser possíveis, por dificuldades logísticas ou outras".
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"Existem muitos sectores da indústria agro-alimentar onde toda a matéria-prima é unicamente abastecida por via marítima e não se compadece com quebras de ritmo de descargas constantes", afirma a FIPA no comunicado emitido esta sexta-feira. Assim, defende, "qualquer cenário que coloque em causa o funcionamento do abastecimento irá provocar paragens de produção e, consequentemente, a impossibilidade de fornecimento de matérias-primas necessárias para a produção de alimentos".
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