Philips salta 10% e EssilorLuxottica sobe 6% após resultados robustos
As ações da Philips e da EssilorLuxottica registaram fortes valorizações esta terça-feira, impulsionadas por resultados sólidos no segundo trimestre e perspetivas otimistas para o resto de 2025 de ambas as empresas.
As ações da Philips dispararam mais de 10% durante a sessão, após a empresa elevar a previsão de margem EBITA ajustada entre 11,3% e 11,8% e reduzir o impacto estimado das tarifas impostas pelos EUA para 150 a 200 milhões de euros, apoiando-se em estratégias de mitigação e diversificação da produção. Já em Paris, os títulos da EssilorLuxottica avançaram cerca de 6%, impulsionados pelo crescimento de 7,3% nas receitas a câmbio constante e por um aumento de 4,1% no lucro operacional ajustado no primeiro semestre, mesmo com o impacto das novas tarifas nos EUA.
PUB
Ambos os desempenhos superaram claramente o índice europeu Stoxx 600, que avançava apenas 0,5% no mesmo dia, segundo a Reuters. Os analistas interpretaram estes ganhos como uma resposta clara à combinação de resultados consistentes, inovação tecnológica e uma visão estratégica sustentada para os próximos trimestres.
No segundo trimestre de 2025, a Philips registou vendas comparáveis de 4,3 mil milhões de euros, um aumento homólogo de 1% e encomendas 6% acima do período anterior. A margem EBITA ajustada (lucros antes de juros, impostos e amortização) subiu para 12,4%, refletindo uma melhoria de 130 pontos-base face ao ano passado. O lucro líquido fixou-se em 261 milhões de euros, acima dos 74 milhões registados em 2024. A empresa atualizou também a previsão para 2025, passando a estimar uma margem EBITA ajustada entre 11,3% e 11,8%, contra os 10 a 11% anteriormente apontados pela empresa neerlandesa.
PUB
“Estamos a ter impulso em encomendas e vendas e continuamos no bom caminho para cumprir os objetivos de 2025”, afirmou Roy Jakobs, CEO da Royal Philips. A recuperação nos segmentos de Diagnóstico e Tratamento, combinada com investimentos em inovação e eficiência operacional, sustentam esta melhoria.
A Philips tem igualmente reforçado a sua presença em mercados emergentes e em contratos institucionais de grande escala. Um dos exemplos destacados no relatório trimestral é a parceria com o Ministério da Saúde da Indonésia, que visa expandir o acesso a terapias guiadas por imagem e sistemas de monitorização hospitalar em mais de 2.100 centros de saúde no país. “Este tipo de iniciativas fortalece o nosso impacto social e reforça o papel da Philips como parceira global em cuidados de saúde sustentáveis”, sublinha a empresa
PUB
Do lado da EssilorLuxottica, o grupo reportou receitas de 14.024 milhões de euros no primeiro semestre, o que representa uma subida de 7,3% a taxas de câmbio oconstantes. No segundo trimestre, o crescimento foi também de 7,3% a câmbio constante, com destaque para o segmento “Direct to Consumer”, que cresceu 10,4%, superando o segmento “Professional Solutions”, que avançou 3,9%.
A margem operacional ajustada do grupo manteve-se sólida nos 18,3% a câmbio constante, embora tenha recuado ligeiramente para 18,1% em termos reportados, penalizada pelas novas tarifas de importação dos EUA e pelo aumento da contribuição dos “wearables” (tecnologia vestível) no “mix” de receitas. Ainda assim, o lucro operacional ajustado ascendeu a 2.532 milhões de euros no semestre. O lucro líquido ajustado foi de 1.799 milhões de euros, representando 12,8% da receita, contra 13,1% no período homólogo.
PUB
As vendas dos óculos inteligentes Ray-Ban Meta triplicaram face a 2025. Também a tecnologia Nuance Audio, lançada no primeiro trimestre, está agora presente em cerca de 10 mil pontos de venda na Europa e nos EUA. O grupo destaca ainda o desempenho das plataformas digitais, com o "e-commerce" a registar uma subida de 25%. O CEO, Francesco Milleri, afirmou que a empresa está a “liderar a transformação dos óculos na próxima plataforma de computação”, graças ao avanço de soluções com inteligência artificial, sensores e integração em ecossistemas de saúde digital.
Geograficamente, todas as regiões contribuíram para o crescimento. A EMEA (Europa, Médio Oriente e África) foi a mais dinâmica, com uma subida de 9,1%, seguida da América Latina (+8,2%), Ásia-Pacífico (+7,8%) e América do Norte (+5,5%), sempre a câmbio constante. O fluxo de caixa livre atingiu 951 milhões de euros e a empresa terminou o semestre com 2,79 mil milhões de euros em caixa, apesar de um aumento da dívida líquida para 11,26 mil milhões, em parte devido a aquisições como a da rede de clínicas Optegra, que marca uma aposta no segmento "MedTech".
Mais lidas
O Negócios recomenda