Torre Bela diz que só soube do massacre de animais "através da comunicação social"
Uma semana depois da montaria que resultou no abate de 540 animais, os donos da Herdade da Torre Bela, na Azambuja, vieram repudiar o episódio, do qual dizem só ter tido conhecimento através da comunicação social.
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"A Herdade da Torre Bela repudia firmemente a forma errada, ilegítima e abusiva como decorreu uma montaria na sua propriedade, no passado dia 17 de dezembro, tendo tido conhecimento do sucedido 'a posteriori' e apenas através da comunicação social", pode ler-se no comunicado enviado às redações pelos responsáveis da herdade.
Em causa, recorde-se, está uma montaria com 16 caçadores, promovida pela empresa espanhola Huntings Pain Portuagal, que decorreu na semana passada nesta propriedade privada. A herdade é cercada, pelo que os animais não conseguiriam fugir. A ação levou ao abata de cerca de 540 animais, entre javalis veados.
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Quando o caso foi denunciado, no início desta semana, os responsáveis da Herdade da Torre Bela disseram, ao jornal O Mirante, não ter qualquer conhecimento desta ação.
Os mesmos responsáveis afirmam, agora, que estão a colaborar, desde o início, com as autoridades. "A Herdade da Torre Bela está, desde o primeiro momento, a colaborar de forma estreita e permanente com as autoridades competentes com vista ao cabal esclarecimento do ocorrido e ao total apuramento de responsabilidades, e reserva-se o direito de adotar as medidas judiciais adequadas, para ser ressarcida de todos os prejuízos provocados por este lamentável acontecimento", indica o mesmo comunicado.
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Os donos da Torre Bela frisam, ainda, que a herdade "não era a entidade exploradora da referida caçada nem organizou ou nela participou, direta ou indiretamente, e, por isso, não tem qualquer responsabilidade no sucedido".
E ressalva: "É inequívoco que o grupo de caçadores excedeu em larga medida os direitos de caça adquiridos, ultrapassando os limites acordados por contrato com a entidade exploradora e que se coadunam com o permitido pela licença de zona de caça que se encontrava, à data, em vigor".
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Esta terça-feira, depois de o episódio ter sido divulgado, o ministro do Ambiente, João Pedro Matos Fernandes, ordenou ao Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) a revogação imediata da licença de caça da Herdade da Torre Bela. Será, ainda, apresentada uma queixa ao Ministério Público.
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