Trabalhadores da Silopor decidem dia 22 "ações de luta" por aumentos maiores
Os trabalhadores da Silopor, que gere os silos da Trafaria e do Beato e está em liquidação desde 2000, vão reunir-se em plenário, na próxima segunda-feira, para decidir "ações de luta", depois de a reunião sobre a revisão dos salários, realizada esta tarde, com a comissão liquidatária da empresa 100% detida pelo Estado, ter terminado "sem grandes desenvolvimentos".
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"Vamos ponderar, mas é provável que avancemos com ações de luta. O plenário de trabalhadores vai ser agendado para a segunda-feira e os trabalhadores é que vão decidir aquilo que pretendem", afirmou Célia Lopes, do Sindicato dos Trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal (CESP) ao Negócios, sem descartar a possibilidade de greves.
O plenário estava inicialmente marcado para esta terça-feira, mas foi adiado na sequência de um novo despacho do Ministério das Finanças que veio autorizar a comissão liquidatária a negociar a revisão dos salários com o sindicato. Isto depois de, inicialmente, o despacho orientador para os aumentos salariais nas empresas do setor empresarial do estado, emitido por Fernando Medina, ter excluído a Silopor.
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Essa reunião teve lugar esta tarde, mas segundo Célia Lopes, há "pouca margem negocial", já que, de acordo com a informação transmitida pela comissão liquidatária, o despacho acaba por ser "limitador".
Tal significa que a comissão liquidatária não terá poder para ir além do que o Governo autorizou em geral para as empresas do setor público: aumentar a massa salarial global até 5%, sendo que a referência por trabalhador é de 3%.
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Uma atualização que fica, no entanto, muito abaixo daquilo que os trabalhadores da Silopor - num total de 83 diretos - reivindicam. "Estamos em crer que a proposta final ficará abaixo dos 50 euros para os trabalhadores com salários mais baixos", adianta a dirigente sindical, dando conta de que a reivindicação vai no sentido de "um aumento de 15%, no valor mínimo de 150 euros".
Além da revisão da tabela salarial, esteve em cima da mesa de reunião com a comissão liquidatária a revisão do acordo da empresa, responsável por descarregar mais de 50% dos cereais consumidos em Portugal. "Há matérias que pretendemos ver revistas, como a progressão das carreiras, mas a comissão liquidatária diz que só tem mandato para rever a tabela salarial", indicou Célia Lopes. "Temos resposta negativa a praticamente tudo", resume.
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O Negócios tentou contactar a comissão liquidatária, mas sem sucesso.
A Silopor encontra-se em liquidação desde 2000. No relatório que acompanhou a proposta do Orçamento do Estado para 2023, o Governo indicou, sem mais detalhes, que previa concluir nesse ano o processo de encerramento da liquidação da empresa que nasceu, em 1986, de um "spin-off" da área de negócio dos silos portuários da Empresa Pública de Abastecimento de Cereais (EPAC), mas nada avançou nesse sentido.
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E, de acordo com a informaçao tornada pública após assembleia-geral realizada no final de dezembro último, só avança em 2025, tendo o Governo decidido adiar a decisão de lançamento de um concurso público para a concessão da exploração da empresa detida a 100% pelo Estado para o próximo Executivo, com a renovação do mandato da comissão liquidatária até junho de 2025.
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