Estados-membros pressionam Bruxelas para suavizar limites às emissões de gases poluentes
A Comissão Europeia poderá suavizar os limites de emissões de gases poluentes, apesar do recente escândalo da Volkswagen, avança esta quarta-feira, 28 de Outubro, o El País.
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Segundo fontes citadas pela publicação espanhola, Bruxelas poderá flexibilizar a sua proposta inicial, que tornaria obsoletos cerca de 10% dos modelos automóveis, segundo números da própria Comissão. O plano de Bruxelas enfrenta a oposição de um conjunto de países encabeçado pela Alemanha e Reino Unido.
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Até 2019, a proposta da Comissão Europeia permitia ultrapassar em 60% o limite de emissões de dióxido de nitrogénio (80 miligramas por quilómetro); a partir desse valor, seria tolerada "uma margem" não especificada, em torno de 20%. O Parlamento Europeu aprova a nova regulação mas, segundo o El País, os membros da União Europeia querem discutir a flexibilização desses limites, numa reunião agendada para esta quarta-feira.
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Se a Comissão Europeia ceder à proposta dos principais países, o plano será muito mais tolerante, permitindo margens de até 110% em 2019 e 50% na fase definitiva (face aos 60% e 20% do plano actual).
O Reino Unido e a Alemanha lideram o grupo de países que quer mais flexibilidade nos limites de emissões, e que inclui Itália, França, Espanha e Suécia. Estes estados-membros chegaram a pedir um limite até 200% na fase de transição, para não penalizar a indústria automóvel.
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Na anterior reunião, realizada na segunda-feira, no Luxemburgo, ficou patente a nítida divisão entre os países que são fabricantes e os que não são, com a Dinamarca a pedir inclusivamente medidas mais rígidas para o sector.
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Esta segunda-feira, o Financial Times revelou que a Comissão Europeia sabia, desde 2013, que as fabricantes automóveis poderiam estar a manipular os testes de emissões poluentes, tendo ignorado os alertas.
De acordo com a publicação, que cita documentos da Comissão Europeia, Janez Potocnik, antigo comissário europeu do Ambiente, alertou os seus colegas para o facto de as fabricantes estarem a falsear os testes europeus, dois anos antes de o escândalo ser publicamente denunciado.
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Apesar dos avisos de Janez Potocnik, Bruxelas não tomou medidas para evitar essas práticas, mantendo em vigor – até 2017 - um plano que permitiu à Volkswagen aproveitar as lacunas dos testes de emissões.
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