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Descarbonização automóvel: Portugal "tem tido um contributo acima da média europeia"

A ACAP considera as regulamentações da UE demasiado penalizadoras e concorda com o apelo que foi lançado pela indústria automóvel europeia sobre a inviabilidade da meta de 2035 para o fim da venda de carros com motor de combustão.

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28 de Agosto de 2025 às 15:30

A indústria automóvel europeia considera que a meta da União Europeia (UE) para acabar com a venda de carros com motor de combustão em 2035 deixou de ser realista. Os prazos estabelecidos “são simplesmente impossíveis de cumprir nas condições atuais”, escrevem num enviado à presidente da Comissão Europeia. Entrevistado no programa do Negócios no NOW, Hélder Pedro, secretário-geral da Associação Automóvel de Portugal (ACAP), sublinha que a regulamentação atual é das mais penalizadoras a nível europeu e que a carta enviada a Ursula von der Leyen defende outros caminhos para chegar ao objetivo da descarbonização automóvel da UE.

"Somos o único setor da indústria automóvel na UE que tem pesadas multas por não cumprimento de metas. Ora, a indústria automóvel só na UE investiu 250 bilhões de euros, produziu centenas de modelos e versões de veículos elétricos e eletrificados, mas não pode obrigar os consumidores a mudarem os seus comportamentos. Por isso, e isso é referido nesta carta, exige-se aos poderes públicos, à própria UE, que altere as suas regulamentações, também no sentido dos países incentivarem a procura de modelos elétricos e eletrificados", refere. Fatores como a imposição de tarifas dos Estados Unidos e a dependência de baterias da Ásia pressionam a indústria europeia, sublinha o responsável da ACAP, que "tem que ter uma atenção diferente por parte da Comissão Europeia e não uma regulamentação que aponta para multas, como tem sido o caso".

meta da União Europeia para acabar com a venda de carros com motor de combustão é 2035, mas a crescente tensão entre os objetivos climáticos da UE e as dificuldades económicas que assolam o setor automóvel, o maior empregador industrial do continente, colocam essa meta em risco. Apesar da multiplicação de modelos elétricos no mercado, estes representam apenas cerca de 15% das vendas na UE, de acordo com a Bloomberg, com uma adoção desigual entre países e forte dependência de subsídios.

"O que a indústria diz é que os veículos elétricos serão o motor da descarbonização, por isso é que a indústria automóvel, sendo parte da solução, investiu nesta tecnologia, mas refere que nesta fase de transição outras motorizações, como os híbridos plug-in, têm que ser tidos em consideração e não, como está a acontecer agora, serem alvo de legislação ainda mais restritiva, que se aplicará já em 2026 e depois em 2027, por parte da Comissão Europeia, para a medição destes veículos", sublinha Hélder Pedro. Além disso, acrescenta, "os poderes públicos têm também que atuar ao nível dos incentivos, das redes de carregamento, do controle dos custos de energia, do incentivo que possa existir à circulação desses veículos em determinadas áreas urbanas".

Questionado sobre se Portugal seria capaz de cumprir a meta da UE, o secretário-geral da ACAP explica que o país "é um pequeno mercado, mas tem tido um contributo acima da média europeia, ou seja, estamos acima dos 20% de vendas de veículos elétricos. Os eletrificados, incluindo aqui os híbridos, representam mais de 50% das vendas em Portugal, mas aí também na UE". 

Para aumentar a compra de veículos elétricos, o Governo tem apostado no incentivo ao abate, mas a ACAP considera que a medida é demasiado restritiva. "Defendemos o incentivo ao abate alargado, ou seja, não restrito a umas centenas de unidades de veículos a colocar no mercado. Teria de ser um programa que realmente rejuvenescesse o parque automóvel e que nós estimamos que teria de ser um programa para 40 mil veículos".

A associação defende que no incentivo a dar pelo abate de um veículo em fim de vida "deverá ser possível esse incentivo ser usado na compra de um veículo novo, que seja elétrico, que seja híbrido ou que seja de motor de combustão com emissões limitadas, como aconteceu em Espanha, ou até também que seja dado para veículos já com matrícula até um ano de idade". "Isto é renovar o parque automóvel. Restringir apenas à compra de elétricos é redutor,

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