O CEO da Tesla, Elon Musk, decidiu reforçar a sua participação na fabricante de veículos elétricos, ao comprar 2,5 milhões de títulos da empresa no valor de mil milhões de dólares, de acordo com um comunicado enviado ao regulador norte-americano. O magnata fez a aquisição através de um fundo privado e detém agora mais de 413 milhões de ações da empresa - cerca de 18% do seu capital.

Este reforço acontece numa altura em que a Tesla está a oferecer um pacote salarial potencialmente avaliado em um bilião de dólares ao seu líder. O pacote pressupõe uma série de objetivos que têm de ser alcançados por Musk na próxima década, incluindo elevar a capitalização de mercado da fabricante de veículos elétricos para 8,5 biliões de dólares e expandir o negócio dos "robotaxis". Neste momento, a capitalização da empresa está nos 1,24 biliões.

Se as metas forem cumpridas, o magnata terá direito a duplicar a sua posição na Tesla, atingindo os 25% - um desejo que o homem mais rico do mundo tem vindo a expressar nos últimos tempos. No entanto, além dos vários objetivos estipulados pela fabricante de veículos elétricos, o magnata poderá ainda ter de contornar possíveis ações judiciais contra este nível de compensação.

Na sexta-feira passada, a presidente da Tesla, Robyn Denholm, defendeu este pacote salarial numa entrevista à Bloomberg, afirmando que só Elon Musk consegue guiar a empresa na nova fase de expansão em que se encontra - e numa altura em que tem perdido terreno numa série de mercados contra a sua principal rival chinesa, a BYD.

O anúncio do reforço da posição por parte de Elon Musk está a fazer com que as ações da Tesla disparem mais de 7% no "pre-market" norte-americano. Se os ganhos se mantiverem até ao início da sessão, a empresa vai conseguir anular o saldo negativo que tem vindo a acumular desde o arranque do ano.