Mutualista paga para não ter Estado como acionista do Banco Montepio

Associação dona do banco Montepio vai pagar 4,8 milhões de euros para evitar a entrada do Estado na estrutura acionista ao abrigo do regime dos ativos por impostos diferidos.
Virgílio Lima, Presidente da Associação Mutualista Montepio.
Vítor Mota
Hugo Neutel 09 de Julho de 2025 às 12:48

A Associação Mutualista Montepio Geral (AMMG), dona do Banco Montepio, vai pagar um valor próximo de 4,8 milhões de euros para manter o Estado fora da estrutura acionista da instituição financeira.

A notícia foi inicialmente avançada pelo e confirmada pelo Negócios.

PUB

Em causa estão os direitos de conversão gerados ao abrigo do Regime Especial Aplicável aos Ativos por Impostos Diferidos (REAID), que prevê que o Estado possa converter os créditos fiscais gerados em anos de prejuízos em ações. Ao mesmo tempo, os acionistas podem exercer o direito de comprar esses direitos para evitar que o Tesouro se torne acionista. É o que acontece agora, relativo a créditos fiscais originados nos exercícios de 2021 e 2022.

"É intenção da associação exercer o direito potestativo de aquisição dos direitos de conversão, dentro do quadro vigente do REAID", diz a AMMG ao Negócios. "Prevemos que o valor se aproxime dos 4,8 milhões de euros", confirma fonte oficial.

A 31 de julho a assembleia geral de acionistas do Banco Montepio (a AMMG detém mais de 99% do capital) vai, segundo a convocatória, “deliberar, nos termos e para os efeitos do Regime Especial Aplicável aos Ativos por Impostos Diferidos («REAID»), o aumento de capital social do Banco Montepio” e “deliberar sobre os termos e condições para o exercício por parte dos Acionistas do direito potestativo de aquisição dos direitos de conversão titulados pelo Estado”.

PUB

Contactado pelo Negócios, o Banco Montepio não comenta.

Notícia atualizada às 16h18 para incluir os comentários da Associação Mutualista Montepio Geral.

Saber mais sobre...
Saber mais Crédito e dívida Ações Montepio
Pub
Pub
Pub