A garantia pública criada para ajudar os jovens a comprar casa está a ter uma forte adesão. Nos primeiros seis meses deste ano, os bancos que aderiram a esta facilidade concederam créditos à habitação no valor de 2,1 mil milhões de euros, de acordo com os dados revelados pelo Banco de Portugal.

"No primeiro semestre de 2025, foram celebrados 10,7 mil contratos de crédito à habitação própria e permanente ao abrigo do regime de garantia do Estado, num montante global de 2,1 mil milhões de euros", diz a entidade responsável pela supervisão do sistema financeiro nacional. Só em junho foram celebrados 2,3 mil contratos com garantia do Estado, num total de 441 milhões de euros.

Os valores do acumulado do ano "representaram 20,5% do número de contratos e 23,5% do montante total de crédito concedido pelo sistema financeiro para aquisição de habitação própria e permanente naquele período", acrescenta.

"Considerando apenas os contratos de crédito para aquisição de habitação própria e permanente celebrados com jovens até aos 35 anos, os contratos abrangidos pela garantia do Estado corresponderam a 37,4% do número de contratos e a 39,8% do total do montante contratado". Em junho, "46,1% dos contratos e 47,6% do montante contratado por jovens até aos 35 anos para aquisição de habitação própria e permanente".

O Banco de Portugal faz uma distribuição geográfica dos montantes concedidos em crédito com garantia pública. "O peso dos imóveis adquiridos com garantia do Estado no total dos imóveis adquiridos por jovens para habitação própria e permanente foi maior na região do Alentejo e na Lezíria do Tejo e menor na Grande Lisboa e na Região Autónoma da Madeira", diz.

Um quarto do total já foi usado

A garantia pública foi lançada com o "objetivo de reduzir barreiras no acesso dos jovens ao crédito à habitação, mitigando o risco assumido pelos bancos e possibilitando o financiamento total do imóvel sem necessidade de entrada inicial". Entrou em vigor nos últimos dias de 2024, mas os efeitos práticos são em 2025.

Vários bancos têm vindo a revelar os montantes que têm contratualizado em novos créditos à habitação com recurso a esta garantia que suporta até 15% do valor do imóvel. O Negócios avançou recentemente que cerca de um quarto do total da garantia, de mil milhões de euros, já tinha sido utilizada, sendo que o Banco de Portugal confirma agora essa percentagem.

"No final de junho, estavam utilizados 25,9% (280 milhões de euros) do montante total atribuído pelo Estado para garantia no âmbito deste regime", diz o supervisor ainda liderado por Mário Centeno que promete passar a divulgar os dados mensalmente.

(Notícia atualizada às 11h16 com mais informação)