BPI prevê que o BCP reduza prejuízos para 64 milhões no primeiro trimestre
A análise do BPI sobre as perspectivas do BCP são positivas, prevendo-se o aumento do produto bancário e a redução de perdas no primeiro trimestre deste ano.
O prejuízo do BCP nos primeiros três meses de 2014 deverá situar-se em 64 milhões de euros, que comparam com perdas de mais de 100 milhões registadas no trimestre anterior e no período homólogo, de acordo com uma nota de análise divulgada esta quinta-feira, 17 de Abril, pelo BPI, assinada pelo analista Carlos Peixoto.
A casa de investimento concede uma recomendação de “comprar” aos títulos do banco liderado por Luís Amado cujo preço-alvo estabelece em 30 cêntimos por acção. Tendo em consideração a actual cotação, as acções do BCP (21,5 cêntimos) têm um potencial de subida de 39,5%.
O produto bancário deverá crescer ligeiramente em 1% face ao trimestre anterior. Prevê-se uma redução de custos no retalho que será acompanhada por uma diminuição do volume de empréstimos concedidos.
Os resultados referentes à negociação de activos deverá permanecer em níveis elevados devido à evolução positiva das obrigações de dívida registada no primeiro trimestre.
A evolução positiva verifica-se ainda no que diz respeito aos resultados operacionais do BCP, que o BPI estima que se situem em 208 milhões de euros. No período homólogo o resultado operacional do banco tinha sido de 122 milhões e no trimestre anterior de 105 milhões.
As imparidades dos empréstimos deverão ter diminuído face ao último trimestre. O BCP deverá ter registado 198 milhões de euros de imparidades no primeiro trimestre deste ano, o que compara com os 202 milhões de euros registado nos últimos três meses do ano.
O esforço relacionado com a necessidade de aumento de provisões deverá cair 2%, contribuindo para uma melhoria do rácio de solvabilidade do banco presidido por Luís Amado. A evolução positiva das obrigações portuguesas também deverá contribuir para a melhoria do rácio de solvabilidade. O BPI estima ainda que o BCP registe uma redução de 34% na rubrica das outras provisões.
O analista realça que, nos próximos tempos, as atenções estarão focadas na reforma dos impostos deferidos. Esta regulação está relacionada com a dedução aos fundos próprios dos impostos deferidos, que são equivalentes a um crédito fiscal. Espanha, tal como Itália, aprovaram alterações à directiva comunitária e optaram por não deduzir os activos aos fundos próprios, o que se acontecer em Portugal terá um impacto positivo na banca nacional.
Nota: A notícia não dispensa a consulta da nota de “research” emitida pela casa de investimento, que poderá ser pedida junto da mesma. O Negócios alerta para a possibilidade de existirem conflitos de interesse nalguns bancos de investimento em relação à cotada analisada, como participações no seu capital. Para tomar decisões de investimento deverá consultar a nota de “research” na íntegra e informar-se junto do seu intermediário financeiro.
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