CEO do BPI reconduzido. Fica mais três anos
João Pedro Oliveira e Costa será reconduzido pelo acionista Caixabank. O CEO do BPI vai assim assumir um terceiro mandato na liderança do banco.
O CEO do BPI vai ser reconduzido no cargo, assumindo assim um terceiro mandato à frente da instituição. A notícia é avançada pelo Jornal Económico.
O mandato atual de João Pedro Oliveira e Costa, que assumiu a presidência executiva da instituição financeira em plena pandemia, termina no final do ano. No entanto, os espanhóis do Caixabank decidiram desde já reconduzi-lo no cargo.
A condução dos destinos do BPI tem corrido de feição ao banqueiro, que neste ano de 2025 conseguiu finalmente atingir um objetivo antigo do banco: a redução da participação no Banco de Fomento de Angola, que valeu um encaixe de mais de 100 milhões de euros ao banco – valor que será incorporado em capital, quando chegar de Luanda. Foi uma operação feita por orientação do Banco Central Europeu (BCE), que não confia na supervisão africana e desde há anos pressiona o BPI nesse sentido.
“Eu sou pago para fazer o melhor a 300% enquanto aqui estiver. Quando gostaria de sair? Faltam muitos anos”, garantiu esta semana na conferência “Banca do Futuro” organizada pelo Negócios, depois de desafiado a explicar melhor o que tinha dito antes: “Espero que o BPI do futuro, comigo ou sem mim, vá ser sempre melhor”, disse, acrescentando que “felizmente há muitas outras coisas giras para fazer”.
1,5 mil milhões em dividendos
O CEO do BPI tomou posse em 2020, em plena pandemia. Está na instituição desde a última década do século passado. Chegou à comissão executiva em 2014 e ao cargo máximo do banco num momento em que o BPI já era totalmente detido pelo Caixabank.
Desde esse momento tem apresentado lucros sucessivos e dividendos avultados.
O exercício de 2020 resultou na transferência de 13 milhões de euros depois de registar um lucro de 105 milhões. No ano seguinte distribuiu 194 milhões relativos ao resultado de 307 milhões. Em 2022 lucrou 365 milhões de euros e o dividendo atingiu 284 milhões. Em 2023, beneficiando da subida dos juros do BCE, o resultado cresceu para 524 milhões de euros, com o dividendo a alcançar 517 milhões. No ano passado, lucrou 588 milhões de euros, decidindo um “payout” de 76%, o que significa que os espanhóis do Caixabank vão receber 446 milhões. Nos primeiros nove meses deste ano, pressionado pelos juros do BCE que se refletem na margem financeira, o lucro desceu 12% face ao mesmo período de 2024, para 389 milhões de euros.
Estes números significam que desde que João Pedro Oliveira e Costa tomou posse, o banco entregou ao acionista quase 1,5 mil milhões de euros em dividendos, que resultam de um lucro somado de aproximadamente 2 mil milhões até ao final de 2024. Contas feitas, o “payout” nos cinco anos de liderança de João Pedro Oliveira e Costa atinge 77%.
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