DBRS: Interesse no Novo Banco ilustra confiança no sistema bancário português
Num comentário à venda do banco português ao BPCE, “a maior aquisição transfronteiriça europeia dos últimos 10 anos”, a agência refere que esta é “representativa da alteração estrutural do sistema bancário português”.
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A agência de ratings canadiana DBRS, num comentário ao anúncio da venda do Novo Banco ao grupo francês BPCE por 6,4 mil milhões de euros, considera a “transação como o culminar da transformação de vários anos” do banco português e “representativa da alteração estrutural do sistema bancário português como um todo”.
Assinalando que a operação representa a maior aquisição bancária transfronteiriça europeia dos últimos 10 anos, a agência refere que as “implicações para o sistema bancário português são mais limitadas do que a perspetiva de concorrentes domésticos ou espanhóis adquirirem o Novo Banco”.
A agência acrescenta que “o setor bancário português já é bastante competitivo e que não havia necessidade urgente de uma consolidação doméstica adicional, e a perspetiva de bancos espanhóis fazerem novas incursões no mercado português parecia complicada pela política na Península Ibérica”.
Recorde-se que o espanhol CaixaBank, que detém o BPI, chegou a apresentar uma proposta de compra pelo Novo Banco, de acordo com a Bloomberg, que acabou derrotada pelos francesas do BPCE. A aquisição significaria que cerca de metade do sistema bancário português seria controlado por mãos espanholas, o que mereceu a oposição do governo português, através do ministro das Finanças, Miranda Sarmento.
Em vez disso, continua a DBRS, a entrada do BPCE no mercado português, com a compra do Novo Banco aos norte-americanos da Lone Star e ao Estado português, deve “enfrentar menos contrariedades, e talvez de forma mais relevante, o interesse transfronteiriço ilustra a confiança renovada no sistema bancário português”.
Para a agência, a compra do Novo Banco, com uma operação “altamente rentável num mercado estável e em crescimento, avança o plano do BPCE para diversificar a sua presença fora do mercado doméstico". Portugal passará a ser o segundo maior mercado de retalho para o BPCE, que já está presente em território nacional através da Natixis, da Oney e do banco Primus.
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