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Euribor não deixaram as quedas em 2016. Nem o terreno negativo. Nem os mínimos históricos

Os resultados dos bancos culpam-na como a responsável pelo emagrecimento das margens e o seu efeito agravou-se este ano. As taxas Euribor estão em terreno negativo, muito mais negativo do que no início do ano.

Mario Draghi BCE
Mario Draghi BCE Reuters
30 de Dezembro de 2016 às 13:45

"A manutenção em praticamente todo o semestre de taxas Euribor negativas penalizou a margem financeira de todos os bancos e o Banco Caixa Geral [Espanha] não foi imune a este efeito". A afirmação consta do relatório e contas do primeiro semestre do ano da CGD, referindo-se ao banco espanhol. Mas é extensível a todo o sector financeiro.

As Euribor, as taxas cobradas pelos bancos nas operações que realizam entre si e que servem de indexante para parte dos créditos variáveis, como o de habitação, voltaram a ceder em 2016. E o terreno negativo é cada vez mais negativo.

O Banco Central Europeu (BCE) continua a ter uma política monetária acomodatícia e define a taxa de juro de referência, ou o custo do dinheiro, em zero. Era de 0,25% até Março. Abaixo de zero está a taxa de juro que as instituições financeiras recebem por terem o dinheiro parqueado na autoridade sediada em Frankfurt, enfrentando uma taxa de depósito de -0,4%, o que na prática as leva a pagar para tal.

Este comportamento define todo o mercado, nomeadamente as taxas que os bancos praticam nas operações que realizam entre si e que são, também, os indexantes dos produtos financeiros oferecidos. No crédito à habitação com taxa variável, a Euribor é o indexante-padrão. E, este ano, as Euribor caíram e afundaram ainda mais o terreno negativo.

Em 2016, a tendência foi sempre descendente. E estão em mínimos históricos. A Euribor a três meses, por exemplo, começou hoje pouco abaixo de -0,1%. Acabou-o em -0,319%, segundo a Lusa, que tem acesso aos dados actualizados.

A seis meses, a referência mais utilizada no crédito à habitação, a taxa foi fixada esta sexta-feira, 30 de Dezembro, em -0,221%. É o terceiro dia seguido no mesmo valor, sendo que a descida para terreno negativo foi em Novembro do ano passado.

Os bancos reduziram a oferta de novos créditos com os indexantes mais curtos, prevendo apenas o pagamento por taxas Euribor a 12 anos - uma forma de evitar o estrangulamento da margem financeira. Nesta maturidade, a taxa desceu a barreira dos zero em Fevereiro deste ano e segue agora em -0,082%, descendo 0,1 pontos base na última fixação do ano. 

Nos empréstimos à habitação, além da transição para indexantes com prazos mais longos, também a taxa fixa é a solução das instituições financeiras para limitar o impacto da política do BCE.

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