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Fitch com visão "negativa" para a banca portuguesa

A agência assinala que a banca portuguesa enfrenta uma pressão intensa sobre o capital e estima uma nova deterioração na qualidade dos activos em 2017.

Fitch
Fitch
22 de Dezembro de 2016 às 16:15

A Fitch Ratings atribuiu esta quinta-feira uma perspectiva ("outlook") negativa para a banca portuguesa, destacando a pressão sobre o nível de capital das instituições financeiras, que permanece "vulnerável", obrigando-as a tomar "medidas importantes" para melhorar a sua solvência.

"O ‘outloook’ negativo para o sistema bancário português reflecte a pressão intensificada sobre o capital, devido à fraca rentabilidade e qualidade dos activos, no meio de uma economia altamente endividada com fracas perspectivas de crescimento", refere a nota da Fitch.      

A agência estima que o PIB de Portugal vai crescer 1,2% este ano e 1,4% em 2017, o que "tendo em conta o elevado endividamento da economia, representa riscos adicionais para a já fraca qualidade dos activos do sistema financeiro".

Devido a este cenário negativo, "acreditamos que o sector terá de tomar importantes medidas para melhorar a sua solvência, numa altura em que os resultados estão sob pressão, afectados pelos ainda elevados níveis de imparidades e custos de reestruturação", refere a Fitch, salientando que os "requisitos de capital estão a aumentar".

Entre as medidas que devem ser tomadas para melhorar a saúde do sector financeiro, a Fitch cita a "legislação que facilite os processos de insolvência e acelere as decisões dos tribunais". Este é um "factor-chave para que os bancos tenham instrumentos para resolver o problema do crédito malparado".

Contudo, um passo neste sentido vai demorar a ter efeitos no sector, pelo que a Fitch estima uma nova deterioração na qualidade dos activos da banca portuguesa em 2017.

Depois de todos estes alertas negativos sobre o actual estado da banca portuguesa, a Fitch também reconhece evoluções no bom sentido, que justificam o "outlook" estável atribuído aos "ratings" dos bancos portugueses. Entre os aspectos positivos a agência cita os recentes aumentos de capital e a estabilidade dos indicadores de qualidade dos activos (apesar de permanecerem fracos), estimando ainda que os bancos vão continuar a vender activos para reforçar os níveis de capital.

(notícia com actualizada às 16:43 com mais informação)

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