Perguntas da Concorrência enviesadas? “Estamos de acordo com o que disse Vítor Bento”
Presidente do BCP garante que no mercado bancário não falta concorrência e por isso concorda com o presidente da Associação de Bancos, que considera que as perguntas da consulta pública da Autoridade da Concorrência são enviesadas e apontam para conclusões pré-determinadas.

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Miguel Maya aponta a mira à Autoridade da Concorrência (AdC): questionado sobre a consulta pública levada a cabo pelo supervisor, e sobre a qualificação do presidente da Associação Portuguesa de Banco (APB), que a descreve como “enviesada” e pensada para “resultados pré-determinados”. Questionado sobre se se revê nas criticas do presidente da APB, o presidente do BCP não deixa dúvidas: “Estamos de acordo com o que disse Vítor Bento”.
“É natural que haja desconforto quando se perceciona que não há ausência de concorrência”, argumentou o CEO do Millennium. “Se a Autoridade da Concorrência entendeu que há motivos para fazer a consulta, que faça, mas é preciso fazer as perguntas de forma neutra”, atirou Miguel Maya. "E nesse sentido estamos de acordo com o que disse o professor Vítor Bento", concluiu.
Em entrevista ao Negócios e Antena 1 há uma semana, Vítor Bento considerou que as perguntas formuladas na consulta pública da AdC não são imparciais e procuram, através da sua formulação, chegar a resultados decididos à partida.
"A consulta já parte de conclusões. Está completamente dirigida para obter resultados predeterminados", apontou o presidente da associação que representa o setor financeiro nacional.
Vítor Bento acrescentou que a consulta "Tem os vícios típicos de quando se quer orientar processos de decisão num determinado sentido. Tem vício de formatação. Os temas estão formatados de forma a gerar determinada resposta. É dada uma âncora para a resposta, para as pessoas se prenderem essa âncora. E visam o viés confirmatório, porque com a forma como está feita, praticamente só vão responder as pessoas descontentes. Quem estiver discordante com os pré-juízos da consulta não tem nenhum incentivo para responder. O resultado vai ser obviamente orientado no sentido das conclusões que se querem".
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