Relatório da CGD responsabiliza equipa de Santos Ferreira pela maioria das perdas
O relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito à gestão da CGD atira para a administração de Santos Ferreira as maiores perdas registadas pelo banco estatal.
O relatório preliminar da comissão parlamentar de inquérito à gestão da Caixa Geral de Depósitos (CGD), entre 2000 e 2015, afirma que a maioria das perdas do banco estatal foi registada no período em que o banco estatal foi liderado por Carlos Santos Ferreira.
"Pelo que foi apurado, a maioria das perdas teve origem nos anos do mandato da administração liderada por Santos Ferreira", lê-se no relatório preliminar elaborado pelo deputado relator, o centrista João Almeida, e apresentado esta segunda-feira no Parlamento. O deputado conclui ainda que o "vice-presidente Maldonado Gonelha, os administradores Armando Vara e Francisco Bandeira tiveram, segundo os trabalhos da comissão, intervenção direta nos créditos mais problemáticos".
O deputado conclui ainda que o "vice-presidente Maldonado Gonelha, os administradores Armando Vara e Francisco Bandeira tiveram, segundo os trabalhos da comissão, intervenção direta nos créditos mais problemáticos".
Isto porque a Caixa "colocou-se várias vezes numa situação em que ficou refém de si própria, credora e acionista dos mutuários, o que condicionava os seus direitos nos casos de insolvência".
No mesmo documento, o deputado centrista apontou várias falhas de supervisão ao Banco de Portugal. Quanto ao papel do Governo, este diz ter havido "absentismo", sobretudo em casos polémicos como foi o caso do financiamento à La Seda Barcelona e a fábrica de Sines.
"Foi apurado que as intervenções do Governo nos casos em análise, foi muitas vezes comedida e refreada, tendo sido invocadas razões legais e do princípio de independência da CGD. Tal não justifica, porém, o absentismo perante o conhecimento de problemas - não existem provas que os relatórios trimestrais enviados para a tutela/acionista – com alertas e avisos -, assim como os Relatórios e Contas, tenham tido alguma consequência na atuação do acionista único antes de 2012", escreve.
"Não há dúvidas que existiram contactos sobre casos concretos, e que o apoio governamental foi invocado por particulares", nota. Ainda assim "não se obteve provas ou testemunhos concordantes de que as intervenções de membros do Governo tenham extravasado o exercício legítimo".
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