Tarifas? Consumidores estão a optar por produtos locais
Um estudo da GlobalData mostra que os consumidores estão a retrair-se nos produtos que escolhem comprar, olhando atentamente para a sua origem. Os canadianos e mexicanos estão entre os mais preocupados, enquanto os chineses estão do outro lado da tabela.
As tarifas já ameaçam o bolso dos consumidores americanos, mas o efeito espalha-se um pouco pelos restantes povos. Com a incerteza a pairar, os consumidores parecem estar a apostar em alternativas locais para evitar as tarifas.
Esta é uma alteração à forma como os consumidores têm vivido nos últimos anos, quando a aposta estava assente nos produtos mais baratos provenientes da China, o maior alvo dos Estados Unidos na guerra comercial.
Agora, e mediante uma ansiedade provocada pela falta de certeza económica, os consumidores estão a olhar para o valor do produto que escolhem comprar, olhando para a sua origem e dando preferência a opções locais, mostram os dados recolhidos pela GlobalData durante o primeiro trimestre.
Mais de metade dos inquiridos (56%) admitem estar extremamente preocupados com o impacto da guerra comercial e das tarifas de importação aplicada aos produtos que têm o hábito de comprar.
Esta preocupação é mais evidente nos países diretamente afetados pela política comercial dos EUA, nomeadamente Canadá (66%) e México (62%). Contrariamente, a China é a economia que se destaca pelos consumidores apresentarem os menores níveis de preocupação, justificada pelas diferenças na perceção pública e isolamento económico.
A analista de consumo da GlobalData, Prerana Manral, faz questão de indicar que as preocupações evidenciadas pelos consumidores "não são abstratas". "Estão a impulsionar mudanças tangíveis no comportamento do consumidor em categorias quotidianas, como alimentação, bebidas, produtos de higiene pessoal e roupa".
Além da mudança estratégica, os consumidores estão mais atentos ao preço, optando por fazer uma comparação online antes de comprar o produto, sendo que 47% trocam os produtos de marca por alternativas mais em conta. "As marcas próprias estão a apresentar um aumento notável, com 33% dos consumidores a apostar neste segmento para diminuir os gastos", com outros a recorrer a outlets e lojas de descontos.
"A política comercial deixou de ser uma alavanca económica. É uma força que está a remodelar as escolhas diárias dos consumidores", vinca a analista, indicando que se está a assistir a uma alteração na estrutura e na forma como os consumidores "se envolvem com marcas e preços".
A consciencialização sobre a origem de determinado produto está a impulsionar a mudança de paradigma, influenciada pelo sentimento político. A analista da GlobalData defende que as empresas e mrcas devem ter em atenção que este movimento se trata de uma mudança "de longo prazo e não um ajuste temporário" à incerteza que se tem vivido.
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