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Mota-Engil com 800 milhões de obras em Angola e previsão para crescer mais de 10% em 2019

"Tivemos uma estabilização em 2018 e teremos um crescimento em 2019", afirmou Manuel Mota, admitindo que será um regresso aos tempos dos elevados volumes de negócios da empresa em Angola.  

Manuel António Mota
Manuel António Mota DR
24 de Janeiro de 2019 às 08:38

A carteira de obras da Mota-Engil em Angola roda atualmente os 800 milhões de euros, com a construtora portuguesa a prever um crescimento na ordem dos dois dígitos naquele mercado histórico em 2019, admitiu o administrador executivo, Manuel Mota (na foto à esquerda).

Em entrevista à Lusa, Manuel Mota afirmou que o mercado angolano manteve em 2018 a "preponderância" dos últimos anos para o grupo.

"Agora, naturalmente, o grupo continua a crescer e Angola está num período de transição, pós-eleições, por isso não perde importância ao nível da Mota-Engil, mas há outros mercados que estão, neste momento, a crescer mais do que Angola, para nós", afirmou o administrador executivo do grupo de construção.

Já para 2019, assegura o gestor, filho do empresário António Mota, presidente do conselho de administração da Mota-Engil, a previsão aponta para "um crescimento a dois dígitos" no mercado angolano. "Tivemos uma estabilização em 2018 e teremos um crescimento em 2019", afirmou Manuel Mota, admitindo que será um regresso aos tempos dos elevados volumes de negócios da empresa em Angola.  

Há 70 anos presente em Angola, a Mota-Engil é uma das mais antigas empresas portuguesas a operar naquele mercado e continua a conquistar obras emblemáticas em Angola.

António Mota e o seu filho, Manuel Mota, reuniram-se com o Presidente angolano, João Lourenço, em novembro, durante a visita do chefe de Estado a Lisboa.

Manuel Mota confirma o encontro, que diz serem habituais já que o seu avô, fundador do grupo construtor, reunia com o António Agostinho Neto, o primeiro Presidente de Angola (1975 a 1979), e mais tarde com o Presidente angolano, José Eduardo dos Santos (1979-2017).

"Nós estamos presentes há muitos anos em Angola e é de uma forma regular que temos encontros com os presidentes do país. Tivemos a oportunidade de ter um encontro com o Presidente João Lourenço durante a sua visita a Portugal, como já tínhamos estado com ele antes", afirmou Manuel Mota, que já tem vindo a acompanhar estas reuniões, com o pai.

Sobre o que discutem os empresários com o Presidente nessas reuniões, Manuel Mota responde: "São reuniões onde apresentamos o desenvolvimento da empresa, como perspetivamos o mercado angolano, qual a nossa opinião sobre o mesmo, quais são os desafios para as empresas e onde é que o grupo tem valências e mais valias e onde pode apostar em projetos específicos naquele país".

As reuniões são sempre solicitadas pelos empresários, adianta o administrador executivo da Mota-Engil.

O parlamento português aprovou na semana passada uma convenção que visa acabar com a dupla tributação entre os dois países - o mesmo deverá acontecer hoje na Assembleia Nacional, em Luanda -, medida que Manuel Mota defende que "há muito tempo que se justificava", face à "relação económica" entre ambos Estados.

"Se é o melhor acordo ou não (...) o que sei é que é o acordo possível e já é um primeiro passo para se conseguir ajudar a promover e a apoiar as empresas dos dois países", considerou.

Quanto ao facto de manter uma tributação de 5% sobre os serviços técnicos, Manuel Mota defende que no contexto do que é a prática nos países africanos e de acordo com a experiência da Mota-Engil no continente, aquela taxa "é uma tarifa bastante competitiva". Moçambique, por exemplo, tem uma taxa de 10%, recorda.

Porém, admite: "claro que num acordo de dupla tributação poderia ter-se tentado evitar haver qualquer imposto nessa área".

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