Eduardo Gomes: "O desporto deu-me resistências que mais nenhuma escola dá"
Aprendeu a nadar no Douro e foi também naquele rio que começou a remar, no clube de canoagem da sua terra, Crestuma, uma aldeia ribeirinha a 14 km do Porto. Eduardo Gomes está na história da modalidade porque fez parte da primeira equipa portuguesa que participou nos Jogos Olímpicos, em Seul 1988.
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Teve de ultrapassar muitos obstáculos, desde logo de saúde, para lá chegar, conta o atleta. "Foi com muito sacrifício porque tive um problema de saúde em janeiro - uma pneumonia com derrame pulmonar". Travou uma luta contra a doença e contra o tempo. Era preciso continuar a treinar para "recuperar e conseguir os mínimos" para ser apurado.
Os quatro anos anteriores foram vividos com muita intensidade. "O foco era só treinar e chegar aos Jogos Olímpicos". Por isso, quando a campanha olímpica terminou esteve um ano a descomprimir.
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"Sempre fui muito indisciplinado", admite. Isso valeu-lhe alguns castigos do treinador. A canoagem foi muito importante porque lhe deu regras que guardou para a vida e que transmitiu aos filhos. "Tento que eles percebam que há coisas importantes na vida - a dedicação, a perseverança, o primeiro obstáculo não é motivo para se dar meia-volta e fugir. Não. Temos que enfrentá-lo".
Deixou a canoagem com apenas 22 anos porque tinha outros objetivos para a sua vida. Foi estudar marketing e dedicou-se à empresa de plásticos da família - a Novaia. Com o tempo percebeu que os Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP) eram uma boa oportunidade para expandir o negócio. "Fiz a internacionalização da Novaia, criando uma outra empresa, neste caso em Moçambique".
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Hoje a empresa dedica-se sobretudo ao apoio a eventos desportivos e produção de brindes.
Eduardo Gomes reconhece que o desporto lhe deu "resistências que mais nenhuma escola dá" porque "obriga muitas vezes a irmos aos limites, e o limite é doloroso". Isso é uma mais valia no mundo dos negócios porque "às vezes as coisas não correm bem e nós temos que aguentar".
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