BES investe 44 milhões de euros em Espanha até 2010
O Banco Espírito Santo (BES) vai investir 44 milhões de euros até 2010 para financiar o seu projecto de crescimento orgânico no mercado espanhol. O BES prevê multiplicar os lucros em quase 20 vezes naquele mercado e diz que as buscas policiais em Espanha
O Banco Espírito Santo (BES) vai investir 44 milhões de euros até 2010 para financiar o seu projecto de crescimento orgânico no mercado espanhol. O BES prevê multiplicar os lucros em quase 20 vezes naquele mercado e diz que as buscas policiais em Espanha não tiveram um impacto financeiro.
João Freixa, membro da comissão executiva do banco, apresentou ontem em Bilbao a estratégia do Banco Espírito Santo (BES) [BESNN] para o mercado espanhol.
O BES prevê investir 44 milhões de euros naquele mercado entre 2006 a 2010.
O banco liderado por Ricardo Salgado vai aplicar mais de 34 milhões de euros em tecnologias de informação, prevendo investimentos noutras áreas que deverão rondar os 9,7 milhões de euros.
O BES, SA (España) tem actualmente uma rede de 25 balcões. Esta filial está em processo de passar a ser uma sucursal do BES o que, de acordo com João Freixa vai facilitar a obtenção de sinergias com o BES em Portugal, podendo ainda usar o "rating" da casa-mãe para facilitar o financiamento da actividade do banco em Espanha.
O membro da comissão executiva do banco admite ainda a abertura pontual de alguns balcões, em "três ou quatro lacunas que ainda temos em algumas cidades espanholas".
Tal como já tinha avançado o presidente do grupo Ricardo Salgado, João Freixa reitera que o banco continua atento às oportunidades de aquisições, embora não esteja disposto a pagar um preço muito elevado.
Em 2006, o BES em Espanha obteve lucros de 8,889 milhões de euros, acima dos 1,44 milhões de euros conseguidos em 2005.
No encontro com jornalistas em Bilbao, Freixa avançou que o banco prevê, até 2010, multiplicar os lucros conseguidos em Espanha por 19,2.
O BES estabeleceu ainda como metas um crescimento do volume de negócios e do produto bancário de 2,8 vezes e 2,3 vezes, respectivamente. Já os custos deverão registar um incremento de apenas 1,2 vezes.
Quando questionado pelos jornalistas sobre os impactos da operação "sueter" - que conduziu a buscas policiais nas sedes do banco em Madrid e Barcelona - João Freixa minimiza o efeito.
"É evidente que uma operação desse tipo cria logo perturbação. Ficamos parados durante um dia do trabalho. Os clientes estranham e não deixaram de fazer perguntas", relata o administrador do BES.
No entanto, não se sentiu um impacto no negócio do banco. De acordo com o administrador do banco "em Janeiro estamos a crescer à mesma taxa que estávamos a crescer" [antes das buscas].
"Não é a operação em si, mas a sua mediatização. Obviamente, se não tivesse acontecido teria sido melhor", conclui.
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