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EDP injeta hidrogénio pela primeira vez em turbina a gás no Ribatejo

O piloto, que foi desenvolvido por um consórcio internacional que reúne 21 parceiros de 10 países europeus, inclui um eletrolisador de 1,25 MW, que permitirá produzir, comprimir e armazenar hidrogénio para depois ser usado em mistura com gás natural na turbina da central.

A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho na cerimónia que assinala a produção da primeira molécula de hidrogénio da EDP em Portugal.
A ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho na cerimónia que assinala a produção da primeira molécula de hidrogénio da EDP em Portugal. Paulo Cunha / Lusa
15:21

A EDP concretizou esta terça-feira uma nova etapa para o desenvolvimento em grande escala de produção de hidrogénio ao injetar a primeira molécula numa turbina a gás em ambiente industrial real.

A iniciativa, que decorre no âmbito do projeto europeu FLEXnCONFU, foi concretizada na central termoelétrica de ciclo combinado do Ribatejo, em Alenquer, com o objetivo de validar a aplicação prática da combinação de hidrogénio e gás natural em contexto de operação, algo ainda pouco explorado no setor.

O piloto, que foi desenvolvido por um consórcio internacional que reúne 21 parceiros de 10 países europeus, inclui um eletrolisador de 1,25 MW, que permitirá produzir, comprimir e armazenar hidrogénio para depois ser usado em mistura com gás natural na turbina da central.

O marco, que representa também a produção da primeira molécula de hidrogénio do grupo na Europa, insere-se no projeto europeu FlexnConfu, financiado pelo programa Horizonte Europa, que pretende testar soluções inovadoras para aumentar a flexibilidade das centrais termoelétricas.

A cerimónia que oficializou este novo passo contou com a presença da ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, e do CEO da EDP, Miguel Stilwell d'Andrade.

Para a ministra, este projeto demonstra o compromisso do país com as metas europeias de neutralidade carbónica e confirma que Portugal está preparado para assumir um papel ativo na produção e uso de hidrogénio renovável.

Já Miguel Stilwell d'Andrade destacou que a EDP quer estar na linha da frente da inovação energética, sublinhando o investimento realizado e a importância deste ensaio para a descarbonização.

O projeto FLEXnCONFU, que deu os primeiros passos em abril de 2020, inclui dois demonstradores que irão converter eletricidade para hidrogénio ou amoníaco e fazer a sua co-combustão com gás natural. O demonstrador da responsabilidade da EDP no Ribatejo utiliza hidrogénio e um segundo, localizado em Itália, recorre a um carrier de amoníaco --- substância que permite armazenar e transportar energia sob a forma de amoníaco --- e que será validado em ambiente laboratorial.

Os resultados do piloto contribuirão para apoiar o desenvolvimento de projetos de produção em maior escala de hidrogénio verde e avaliar a viabilidade da adaptação de turbinas de gás existentes para co-combustão.

O projeto-piloto do eletrolisador na central termoelétrica do Ribatejo estará em operação até ao início de 2026. Os resultados obtidos quanto à viabilidade técnica e económica, servirão para apoiar a análise de investimentos futuros da EDP, sempre considerando o contexto nacional e internacional do setor do hidrogénio.

A iniciativa junta-se a outros projetos de hidrogénio de maior escala já previstos para Sines, como o GreenH2Atlantic ou o MadoquaPower2X, confirmando a aposta de Portugal no hidrogénio como vetor-chave da transição energética.

A produção de hidrogénio verde é vista pelo Governo como uma peça-chave da transição energética, embora ainda enfrente desafios tecnológicos, económicos e regulatórios. O sucesso deste piloto poderá ajudar a clarificar os próximos passos, tanto para a EDP como para a política energética nacional.

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