Os membros da Associação Internacional de Maquinistas e Trabalhadores Aeroespaciais (IAM), em greve desde 04 de agosto em várias fábricas militares da Boeing nos Estados Unidos, rejeitaram este domingo, pela quarta vez, uma proposta de acordo laboral, anunciou o sindicato.

Sem divulgar os resultados da votação, realizada este domingo, o Distrito 837 da IAM anunciou, em comunicado citado pela AFP, que os seus mais de 3.200 membros rejeitaram a última oferta da Boeing, "enviando uma mensagem clara de que a empresa não atendeu às principais prioridades dos trabalhadores".

Esta proposta revista foi anunciada na quarta-feira pela fabricante de aeronaves sediada em Arlington, no estado da Virgínia, após vários dias de negociações.

"Infelizmente, após várias semanas de discussões, a liderança da IAM recusa-se a permitir que votem nesta proposta e tenham a oportunidade de terminar a greve", afirmou, na quarta-feira, o chefe da divisão Boeing Air Dominance, Dan Gillian, numa mensagem aos trabalhadores, garantindo-lhes que, caso a oferta fosse aceite, os trabalhos poderiam ser retomados na próxima terça-feira.

Na quinta-feira, a estrutura sindical concordou em submeter a mais recente proposta da empresa ao escrutínio dos seus membros, cuja aprovação é necessária para que o acordo laboral entre em vigor e, assim, termine a greve.

"A Boeing afirma ter ouvido os seus trabalhadores, os resultados de hoje provam o contrário", apontou o presidente da IAM International, Brian Bryant, citado no comunicado de imprensa, classificando ainda a proposta como um "insulto" aos trabalhadores.

Desde 04 de agosto, estão em greve aproximadamente 3.200 trabalhadores em unidades da Boeing nas cidades norte-americanas de St. Louis e St. Charles, no estado do Missouri, e Mascoutah, no estado do Illinois.

Estas fábricas fabricam os caças F-15 e F-18, o sistema de treino de pilotos T-7 Red Hawk e o drone MQ-25.

Os representantes da empresa e do sindicato nas negociações já chegaram a acordo sobre um projeto de contrato de trabalho várias vezes desde o Verão, mas os membros do IAM têm votado consistentemente contra (27 de julho, 03 de agosto, 12 de setembro e hoje).