Mota-Engil detecta fraude de 15 milhões e instaura processo crime (act.)
A Mota-Engil Magyarorszag, subsidiária na Hungria da construtora presidida por Jorge Coelho, foi vítima de "gestão danosa e fraudulenta" que terá lesado a empresa em cerca de 15 milhões de euros.
A informação foi prestada ontem à noite à Comissão de Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), num comunicado em que a Mota-Engil explica que a situação foi descoberta no âmbito de uma auditoria interna que levou à destituição de toda a administração na Hungria, estando a ser preparada a instauração de um processo crime contra os altos quadros da subsidiária.
De acordo com a informação “preliminar” recolhida até à data, “estima-se um impacto negativo de aproximadamente 15 milhões de euros na situação patrimonial da A Mota-Engil Magyarorszag relacionado com o valor de realização de activos e com passivos não relevados contabilisticamente e respeitante a operações de exercícios anteriores”, refere a empresa, e comunicado.
As irregularidades – acrescenta – foram detectadas no seguimento de uma análise à situação patrimonial da sociedade húngara, após o pedido de demissão do director da subsidiária, que levantou suspeitas por ter ocorrido logo após o anúncio de que o grupo iria alargar à Hungria o “projecto de homogeneização de processos e sistemas de informação”.
Segundo do “site” da construtora, a presidência do Conselho de Administração da Mota-Engil Magyarorszag estava atribuída, para o triénio 2007-2009, ao
Engenheiro Marques Antunes, e tinha como vogais András Lorincz e César Correia. Tibor Pongracz preside ao Conselho Fiscal, que integra ainda Soares Monteiro e Paulo Silva.
A Mota-Engil reforçou recentemente a sua posição no mercado da Hungria com a compra de 70% da empresa Jász Vasút. A operação foi efectuada através das suas participadas Mota-Engil Magyarország e Ferrovias, a empresa da Mota-Engil para a construção ferroviária.
A construtora portuguesa tem vindo a incrementar as suas competências no sector ferroviário neste mercado, onde tem vindo a desenvolver diversos projectos, designadamente um troço da linha ferroviária Budapest-Lokosháza, obra orçada em 42 milhões de euros.
Jorge Coelho tem vindo a afirmar querer reforçar a presença da Mota-Engil nos mercados da Europa Central que, no final de 2007, representavam 20% do volume de negócios da ‘sub-holding’ Engenharia e Construção.
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