Motas também vão ter acesso à rede Mobi.E
Projecto da mobilidade eléctrica será alargado e replicado lá fora: Xangai é o arranque da internacionalização
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Negócios promove debate | Conferência representou oportunidade para João Dias (GAMEP), Paolo Garella (consultor) e José Arrojo (Endesa) debaterem o modelo português da mobilidade eléctrica. |
O Mobi.E, que conta para já com cerca de 300 pontos de carregamento operacionais, deve chegar ao final de Junho com 1.350 unidades, sendo 50 de carregamento rápido (nas auto-estradas). Até agora, os detentores de motociclos eléctricos vinham tendo dificuldades na obtenção do cartão que dá acesso à rede de carregamento. Por outro lado, ao nível dos carros a utilização é ainda reduzida, dado que as marcas de automóveis apenas começaram a vender os seus novos modelos eléctricos no final do ano passado.
Mesmo nos motociclos o universo dos eléctricos é ainda residual. Eduardo Rodrigues, responsável da empresa Scooter Eléctrica, que revende a marca Bereco, indicou ao Negócios que desde o arranque, há cerca de dois anos, vendeu cerca de 50 motas eléctricas, devendo o total do mercado nacional rondar o triplo desse valor. São aparelhos cujos preços oscilam entre os 1.600 euros (com baterias de chumbo) e os 5.000 euros (baterias de lítio). Para as mais baratas, trata-se de um investimento que ao fim de dois anos está pago, ponderada a poupança que essas "scooters" representam em consumo por comparação com as convencionais.
![]() | ![]() | ![]() | Portugal vive um momento difícil mas não vai parar. O carro eléctrico, esse, já não pára mesmo. CARLOS ZORRINHO Secretário de Estado da Energia |
CARLOS ZORRINHO
Mobi.E a caminho de Xangai
O coordenador do programa Mobi.E, João Dias, anunciou ontem que o projecto português foi escolhido para ser replicado em Xangai. A equipa portuguesa por detrás do Mobi.E já está a trabalhar com técnicos chineses para montar uma rede de mobilidade eléctrica naquela cidade, que tem o dobro da população portuguesa.
"Estamos a trabalhar em Xangai há sensivelmente oito meses, de forma contínua e regular, tendo já criadas equipas em conjunto", afirmou João Dias ao Negócios, lembrando igualmente que a dimensão da cidade chinesa vai obrigar a "algumas costumizações do modelo". O responsável, porém, escusou-se a revelar quais os próximos destinos na internacionalização do projecto.
O secretário de Estado da Energia destacou que "Portugal é fortemente pioneiro" em várias áreas e que na mobilidade eléctrica está a criar referências para outros mercados. Quanto ao futuro do projecto na conjuntura de crise política, Zorrinho afirmou ao Negócios que o Mobi.E "foi e será uma prioridade sempre de governos que sejam liderados pela actual força maioritária".
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