Produção de azeite em Portugal deverá cair 20% este ano, alerta associação
Susana Sassetti salientou que, com esta previsão de uma quebra de 20%, a produção nacional de azeite deverá situar-se entre as 140.000 e 150.000 toneladas, quando, no início deste mês, a previsão da Olivum era de 160.000 a 170.000 toneladas.
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A quebra na produção de azeite em Portugal deverá rondar os 20% em comparação com a campanha anterior, em vez dos 10% apontados na estimativa inicial, segundo a maior associação nacional do setor, a Olivum.
Em comunicado, a Olivum -- Associação de Olivicultores e Lagares de Portugal, com sede em Beja, atualizou as previsões da campanha olivícola nacional, antecipando agora uma quebra de produção de azeitona na ordem dos 20% face à campanha do ano passado.
Contactada hoje pela agência Lusa, a diretora executiva da Olivum, Susana Sassetti, realçou que a quebra da produção de azeite ronda os valores da diminuição da quantidade de azeitona, ou seja, os 20%, admitindo, porém, existirem ainda variações.
"Vai depender do rendimento [da azeitona] em azeite", advertiu a responsável.
Susana Sassetti salientou que, com esta previsão de uma quebra de 20%, a produção nacional de azeite deverá situar-se entre as 140.000 e 150.000 toneladas, quando, no início deste mês, a previsão da Olivum era de 160.000 a 170.000 toneladas.
No comunicado, esta associação adiantou que "os primeiros dias de colheita confirmam que a produção está aquém das expectativas" e assinalou que a situação reflete "o impacto do calor extremo e da ausência de chuva nos últimos quatro meses".
"Em várias zonas de Portugal, a seca e as temperaturas elevadas durante a maturação provocaram desidratação do fruto, afetando a produtividade", disse, frisando que até nos olivais regados "é necessária mais água e a sua falta está a ter um claro impacto na quebra de produção".
Citada no comunicado, a diretora executiva da Olivum afirmou que, "nos meses cruciais para a formação do azeite", o setor encontra-se "perante um cenário difícil, praticamente sem qualquer precipitação".
"Este ano, em relação à campanha anterior, em muitas zonas, o olival não teve capacidade para manter o desenvolvimento normal do fruto. Este cenário cria um clima de preocupação no setor, que enfrenta uma campanha marcada por grande variabilidade entre regiões e variedades, mas com uma tendência comum de redução de produtividade", acrescentou.
A campanha oleícola 2025/2026 arrancou este mês e prolonga-se até dezembro, no caso do Alentejo, e até janeiro ou fevereiro, no caso do norte do país.
Na campanha anterior, as estimativas da Olivum, em outubro de 2024, eram de que a produção nacional se situasse "entre 170.000 e 180.000" toneladas de azeite.
Em janeiro deste ano, a respetiva diretora executiva, Susana Sassetti, precisou à Lusa que o país iria produzir à volta de 170.000 toneladas.
A Olivum representa mais de 53.000 hectares de olival no país, 21 lagares e cerca de 70% da produção nacional de azeite.
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