"PT não limita oportunidades em Moçambique só na Mcel"
"Quando chegar a oportunidade para abrir espaço ao capital privado na Mcel, teremos de novo a honra em ter a Portugal Telecom (PT) como candidato"
Paulo Zucula destacou as oportunidades no sector das infra-estruturas, turismo e agricultura.
Estamos convencidos que a PT tem músculo financeiro e intelectual para sair vencedora.Paulo Zucula - Ministro dos Transportes e Conmunicações de Moçambique
"Quando chegar a oportunidade para abrir espaço ao capital privado na Mcel, teremos de novo a honra em ter a Portugal Telecom (PT) como candidato", afirmou ao Negócios Paulo Zucula, ministro dos Transportes e Comunicações de Moçambique, que sexta-feira participou na conferência "Business Rountable: Moçambique - Negócios e Internacionalização".
O responsável adiantou que, "nas poucas conversas que temos tido com a Direcção da PT, vemos que esta empresa não limita as oportunidades existentes em Moçambique só na Mcel. Ela vê longe e sabe como diversificar as oportunidades e jogar nelas". E disse estar convencido "que a PT tem músculos financeiros e intelectuais para sair vencedora" quando chegar o momento de para abrir espaço ao capital privado na Mcel. Em sua opinião, "não vai precisar de usar o facto de ter perdido a terceira licença como vantagem ou desvantagem".
O Governo moçambicano avançou já a intenção de privatizar a maior operadora móvel do país, que tem 70% do mercado, mas Paulo Zucula diz que "não há ainda uma data a partir da qual poderá entrar ou não o sector privado". Como sublinhou, "a participação de capitais privados na Mcel não é uma aposta nem uma obsessão. A aposta e obsessão é transformar a Mcel numa empresa mais moderna e eficiente". Afirmou, ainda assim, que "não está excluída a hipótese de parceiros privados ou públicos na Mcel" e que no país não há "áreas sagradas onde se veda a participação do sector privado".
Em sua opinião, a operadora móvel moçambicana "pode internacionalizar-se e até servir de laboratório para desenvolvimento de novas tecnologias e formação de quadros. Se isso requer a participação de capitais privados, pois que seja".
Investimoz com 11 candidaturas
O Investimoz, fundo português de apoio ao investimento em Moçambique, criado em 2010 com capital de 94 milhões de euros totalmente subscrito pela Direcção-Geral do Tesouro e das Finanças, já recebeu 11 candidaturas. Diogo Gomes de Araújo, presidente executivo da SOFID, a entidade gestora do fundo, disse ao Negócios que as propostas apresentadas são nas áreas da energia, extracção mineira e indústria e totalizam 9,5 milhões de euros. Das 11 candidaturas, quatro estão já em estado avançado de análise, prevendo o responsável que até ao final deste ano sejam tomadas decisões relativamente aos apoios a conceder. O fundo, que tem a duração de 15 anos, visa financiar projectos de investimento de empresas portuguesas e de parcerias luso-moçambicanas no país.
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