A Uber superou as expectativas no segundo trimestre de 2025, ao apresentar receitas de 12,7 mil milhões de dólares e lucros de 1,36 mil milhões, em linha com as previsões dos analistas, segundo dados da LSEG citados pela CNBC.

O desempenho foi impulsionado pelo crescimento dos dois principais negócios da empresa: mobilidade e entregas. As “gross bookings”, ou seja, o valor total das transações feitas na plataforma, aumentaram 17% face ao mesmo período do ano passado para 46,8 mil milhões de dólares. O número de viagens subiu 18%, totalizando 3,3 mil milhões de serviços. Já os utilizadores mensais ativos cresceram 15% para os 180 milhões.

“Temos uma audiência recorde, mais frequência de utilização e maior rentabilidade nas áreas de Mobilidade e Entregas”, destacou o CEO Dara Khosrowshahi. Em declarações à CNBC, acrescentou que a procura se mantém estável: “Não estamos a ver sinais de fraqueza no consumidor. Para nós, isso são ótimas notícias”.

A Uber anunciou um novo programa de recompra de ações no valor de 20 mil milhões de dólares, sinalizando confiança no futuro. “O nosso 'free cash flow' nos últimos 12 meses atingiu um novo recorde histórico de 8,5 mil milhões e continuamos comprometidos em impulsionar um crescimento duradouro e lucrativo”, referiu Prashanth Mahendra-Rajah, CFO da Uber, no relatório publicado esta quarta-feira. Só neste trimestre, o fluxo de caixa livre foi de 2,5 mil milhões.

O lucro operacional da empresa disparou 82% para 1,5 mil milhões e o EBITDA ajustado cresceu 35%, chegando aos 2,1 mil milhões. A margem sobre as “gross bookings” melhorou de 3,9% para 4,5%. No final de junho, a Uber dispunha de 7,4 mil milhões em caixa e investimentos de curto prazo.

Mobilidade e entregas continuam a crescer

O negócio de mobilidade registou “bookings” de 23,76 mil milhões de dólares, um crescimento de 18%. Já o segmento de entregas, onde se inclui o Uber Eats, avançou 20% para 21,73 mil milhões. Em alguns mercados internacionais, as entregas já superam o transporte de passageiros e a empresa quer incentivar o uso cruzado dos seus serviços.

Durante o trimestre, a Uber lançou as “Senior Accounts”, uma versão da aplicação com texto e ícones maiores, pensada para utilizadores mais velhos. Além desta versão, a Uber começou a testar uma opção que permite que mulheres motoristas e passageiras evitem ser emparelhadas com homens, quando possível.

A empresa também reforçou o foco na mobilidade autónoma com parcerias em 12 cidades e colaborações com 20 empresas, como a Waymo, Nuro e Wayve. “Estamos a assistir à chegada da inteligência artificial ao mundo físico e acreditamos que vai ser uma grande tendência”, comentou o CEO. Khosrowshahi, que elogiou também a entrada da Tesla no setor dos robotáxis, sublinhando que a concorrência irá contribuir para ruas mais seguras.

Previsões positivas para o próximo trimestre

Para o terceiro trimestre de 2025, a Uber prevê “gross bookings” entre 48,25 mil milhões e 49,75 mil milhões, o que representaria um crescimento anual de 17% a 21%. O EBITDA ajustado deverá situar-se entre 2,19 mil milhões e 2,29 mil milhões, uma subida de até 36% face ao ano passado.

Esta previsão já inclui o contributo da recente aquisição de 85% da Trendyol Go, uma plataforma turca de entregas. Mesmo sem esse efeito, o crescimento esperado manter-se-ia entre 16% e 20%.

A confiança dos investidores reflete-se também na valorização das ações, que já subiram 48% desde o início do ano, muito acima dos 8% registados pelo Nasdaq no mesmo período.