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Unilever rejeita oferta de 130 mil milhões da Kraft Heinz

A dona das marcas Dove, Flora e Becel rejeitou a oferta da fabricante dos molhos Heinz e do queijo Philadelphia. A concretizar-se, será a maior aquisição de sempre no sector alimentar.

17 de Fevereiro de 2017 às 12:50

A dona das marcas Dove, Flora e Becel rejeitou a oferta da fabricante de bolachas dos molhos Heinz e do queijo Philadelphia. Títulos de ambas sobem acima dos 10%.

A norte-americana Kraft Heinz, que tem Warren Buffett como um dos principais accionistas, reagiu hoje a rumores que estaria interessada na anglo-holandesa Unilever, parceira da Jerónimo Martins em Portugal há várias décadas. E que a europeia rejeitou.

Em comunicado ao mercado, citado pelo Financial Times, a Kraft Heinz garante que realizou uma "oferta global" pela Unilever, com vista a "unir os dois grupos para criar uma companhia líder em produtos de grande consumo, com uma missão de crescimento a longo prazo e estilo de vida sustentável".

Que, para já, não teve sucesso. "Embora a Unilever tenha recusado a oferta", a Kraft continuará esperançada em "trabalhar para chegar aos termos de um acordo". A gestão da Kraft Heinz não garante que haja nova proposta à Unilever.

Em Londres, os títulos da Unilever estavam a valorizar 11%, para 37,22 libras – o que confere à anglo-holandesa uma capitalização bolsista de 112 mil milhões de libras (ou 131 mil milhões de euros ao câmbio actual). 

Unilever rejeita oferta de 130 mil milhões da Kraft Heinz

"Sem mérito" financeiro ou estratégico

Por sua parte, a Unilever emitiu esta sexta-feira uma declaração reconhecendo o anúncio da Kraft Heinz sobre uma "oferta potencial sobre todas as acções" do grupo com sede em Londres e Amesterdão.

"A sua proposta representa um prémio de 18% sobre o preço de fecho da negociação do dia 16 de Fevereiro [esta quinta-feira]. Isto, fundamentalmente, subvaloriza a Unilever".

Explica ainda que "a proposta recebida era que os accionistas iriam receber 50 dólares por cada título numa oferta de 30,23 dólares por acção em dólares dos EUA e mais 0,222 títulos da nova entidade alargada [após a fusão de ambas] por cada acção da Unilever detida, o que avalia a Unilever em aproximadamente 143 mil milhões de dólares [134,4 mil milhões de euros ao câmbio actual]. O que avaliaria assim cada título actual da Unilever em 49,61 dólares, o já referido prémio de 18% sobre o preço de fecho da última sessão.

"A Unilever rejeita a proposta já que não vê nenhum mérito, quer financeiro, quer estratégico, para os accionistas da Unilever", responde a anglo-holandesa na comunicação emitida esta sexta-feira.

E mais: "A Unilever não vê as bases para futuras discussões". E, por isso, "a Unilever PLC [divisão britânica do grupo] e a Unilever NV [divisão do grupo com sede nos Países Baixos] recomenda que os accionistas não tomem nenhuma atitude" em relação ao negócio proposto. "Futuros anúncios serão feitos, caso seja apropriado", acrescenta.

A administração da Unilever recorda ainda aos accionistas, potenciais compradores e "stackeholders" em geral, que de acordo com a regulamentação vigente, até as 17h do dia 17 de Março – daqui a um mês - a "Kraft Heinz tem de: ou anunciar uma intenção firme de realizar uma oferta para Unilever", ou anunciar o seu contrário, ou seja que abandona a proposta para adquirir o grupo alimentar.

E reafirma que "não há certeza que qualquer oferta venha a ser realizada, nem sobre os termos em que a mesma possa a vir a ser apresentada".

(notícia actualizada às 14:04 com declaração da Unilever)

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