O mapa com os postos de emergência e as dicas para enfrentar a crise dos combustíveis

A greve dos motoristas é cada vez mais uma certeza. Para enfrentar o que poderá ser uma crise de combustíveis, consulte o mapa com os postos de que têm garantido o seu abastecimento, as dicas da DECO e outras informações.

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Negócios 10 de Agosto de 2019 às 10:00

Se a greve dos motoristas avançar, como previsto, na próxima segunda-feira, 12 de agosto, entra em funcionamento a Rede Estratégica de Postos de Abastecimento (REPA). São 321 postos no Continente e 20 nas ilhas que ficam disponíveis para todos os consumidores e onde é garantido que haverá combustível.

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No mapa em cima estão localizados todos os postos que foram definidos pela Entidade Nacional para o Setor Energético (ENSE), distribuídos por concelho.

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Com a crise energética já em vigor, nestes 341 postos incluídos na REPA cada veículo poderá abastecer gasolina ou gasóleo num máximo de 15 litros. O governo determinou que nos postos fora da rede prioritária, a REPA, os veículos ligeiros podem abastecer até 25 litros e os pesados até 100 litros. Esses limites só se colocam a partir de domingo, dia 11, às 23:59. 

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Para controlar que esses limites são cumpridos, haverá "presença assídua das forças policiais" nos postos dentro da REPA destinados ao abastecimento de forças e veículos prioritários (proteção civil, saúde, segurança, etc). E, por outro lado, os postos de combustível de maior dimensão têm "mecanismos automáticos" que limitam o abastecimento.

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Além dos postos REPA, a ENSE definiu também listas de postos para veículos prioritários, onde se encontram os das Forças Armadas, de forças de segurança, de agentes de proteção civil, e serviços de emergência médica e transporte de medicamentos, entre outros.

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Gabinete de crise

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O primeiro-ministro António Costa convocou o gabinete de crise para este sábado de manhã, para acompanhar a greve dos motoristas de matérias perigosas e mercadorias.

António Costa chamou os ministros que estão envolvidos neste processo: o ministro do Trabalho Vieira da Silva; o ministro do Ambiente, José Matos Fernandes; Augusto Santos Silva, ministros dos Negócios Estrangeiros; Eduardo cabrita, ministro da Administração Interna e ainda João Gomes Cravinho, ministro da Defesa. O secretário de Estado das infraestruturas também marcará presença.

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O Governo decidiu decretar a crise energética já a partir da meia-noite de sábado, dia 10 de agosto. O período de crise energética prologa-se até dia 21 de agosto às 23:59, sendo que o objetivo passa por garantir os abastecimentos energéticos essenciais à defesa, ao funcionamento do Estado e dos setores prioritários da economia, bem como a satisfação dos serviços essenciais de interesse público e das necessidades fundamentais da população.

 

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O que decidiu o governo sobre a greve dos motoristas

O Governo garantiu que não vai abdicar dos instrumentos constitucionais previstos para travar a greve dos motoristas de matérias perigosas, sendo que a requisição civil será usada se os serviços mínimos não forem cumpridos, mas também se, até segunda-feira, houver necessidade.

"Espero que não seja necessária a requisição civil, mas na sequência do incumprimento de serviços mínimos naturalmente que será usada", afirmou o ministro Vieira da Silva. "E se antes disso existirem factos para a antecipar, o Governo, numa situação extrema, não abdica de nenhum instrumento constitucional", acrescentou. 

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AS DICAS DA DECO

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A associação de defesa dos consumidores DECO preparou cinco dicas para "ajudar os consumidores a estarem prevenidos para a anunciada greve", que pode ditar uma crise de combustíveis.

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A associação de defesa dos consumidores aconselha os portugueses a abastecerem o carro "dois ou três dias antes do início da greve"; desaconselha "os consumidores a recorrerem aos jerricãs para enfrentar a crise dos combustíveis"; recomenda o uso de transportes públicos e outros meios como bicicletas e trotinetes; aconselha a que negoceie com a entidade patronal trabalhar em casa e, por fim, que vá ao supermercado abastecer a despensa e o frigorífico antes da greve.  

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O mapa com os postos de emergência e as dicas para enfrentar a crise dos combustíveis
Bruno Colaço
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Veja em baixo as cinco dicas tal como a DECO as escreveu:

 

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  1. Abastecer o carro

Ateste o carro dois ou três dias antes do início da greve. Utilize-o apenas para as deslocações indispensáveis e procure fazer uma condução eficiente, para gastar menos combustível.

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Planeie as viagens mais longas com recurso a um GPS (dedicado ou app) ou um calculador de rotas na internet. Assim, poderá prever o gasto de combustível.

Durante a paralisação, se for declarada uma crise energética, todos os postos de abastecimento são obrigados a afixar em local bem visível a lista de postos de emergência onde poderá encontrar combustível. A lista também estará acessível no site da Entidade Nacional para o Setor Energético.

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Além disso, através da nossa parceria com a Cepsa, vamos divulgar a lista dos postos dessa rede onde é possível abastecer o carro.

  1. Regras para os jerricãs

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Pelas limitações legais e, sobretudo, por ser perigoso, desaconselhamos os consumidores a recorrerem aos jerricãs para enfrentar a crise dos combustíveis.

É proibido, devido ao risco de libertação de vapores e inflamação, armazenar nas arrecadações dos prédios combustíveis líquidos, tais como gasolina. Caso detete um forte cheiro a combustível, deve contactar as autoridades policiais, uma vez que o risco de incêndio é real. Quem não respeitar as regras pode ser punido com coima de € 275 a € 2750 euros, no caso de pessoa singular, ou até € 27 500, no caso de pessoa coletiva, sem prejuízo de responsabilidade civil e criminal. Além disso, em caso de incumprimento das normas de segurança contra incêndio, a seguradora pode recusar qualquer pagamento.

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Também há limites para transportar jerricãs num carro particular: o máximo são 60 litros por recipiente, sem que ultrapasse 240 litros por unidade de transporte. Quem não respeitar as regras incorre numa coima entre 750 e 2250 euros. No caso das pessoas coletivas, a coima varia entre 1500 e 4500 euros. 

Os jerricãs para transportar combustível devem ser homologados para essa finalidade. Não podem ser usados outros recipientes.

  1. Transportes públicos, carpooling, bicicletas e trotinetes

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Dê preferência às deslocações feitas através dos transportes públicos. É pouco provável que sejam afetados, pois a proposta de serviços mínimos dos sindicatos que convocaram a greve inclui o abastecimento destes serviços. Se precisar de informações adicionais, acompanhe a atualizações dos serviços nos sites das respetivas empresas, como CPRede ExpressosMetro de Lisboa e Metro do Porto.

Há apps de peões vocacionadas também para quem anda de transportes públicos. Indicam os transportes mais adequados para cada destino, trajetos, tempos, etc. 

Outra alternativa é partilhar viagens através de carpooling. Há várias plataformas online de partilha de boleias, que põem em contacto condutores e passageiros que pretendem viajar para o mesmo destino e, assim, dividir as despesas. É o caso do BlaBlaCar, Via Verde Boleias e Boleia.net. 

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Carros e scooters elétricas partilhadas, como DriveNow, Emov e Ecoltra, são mais uma opção. Outra são os meios de transporte alternativos, como bicicletas e trotinetes, que também funcionam em sistema de partilha (por exemplo, Gira, Jump e Li.Me). Na nossa comunidade sobre mobilidade encontra dicas de vários consumidores que já usam estas soluções. 

  1. Trabalho e saúde

Se não está de férias durante o período da greve, e se a sua atividade pode ser desempenhada à distância, tente negociar com a entidade patronal a possibilidade de trabalhar em casa. A empresa não é obrigada a aceitar como justificadas as faltas ao trabalho devido a greve. Daí a importância de negociar antecipadamente a possibilidade de trabalhar a partir de casa. Em alternativa, pode tentar tirar alguns dias de férias ou compensar as horas daquele(s) dia(s) de ausência noutras datas.

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Na área da saúde, os serviços mínimos garantem as deslocações dos casos de urgência. Para outras situações, por exemplo, consultas já marcadas, pode tentar remarcar para outra data. Se estiver a tomar alguma medicação cuja embalagem esteja a terminar perto da data da greve, garanta uma embalagem a mais do medicamento.

  1. Despensa e frigorífico

Para evitar deslocações extra, vá ao supermercado antes da greve. Aposte em produtos com uma duração mais alargada, para evitar o desperdício de alimentos. Se comprar produtos frescos, como verduras e fruta, deve consumi-los em primeiro lugar, para não se estragarem. É ainda possível comprar carne e legumes em quantidades acima do habitual, para congelar. Veja as nossas dicas para deixar o frigorífico em ordem.

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O mapa com os postos de emergência e as dicas para enfrentar a crise dos combustíveis
João Miguel Rodrigues/Correio da Manhã
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O Sindicato Nacional de Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e o Sindicato Independente de Motoristas de Mercadorias (SIMM) entregaram, em 15 de julho, um pré-aviso de greve, com início em 12 de agosto e por tempo indeterminado

 

Qual o motivo da marcação da greve?

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O pré-aviso de greve foi entregue no final de uma reunião com a Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (ANTRAM), no seguimento das negociações para a revisão do acordo coletivo de trabalho, sob a mediação da Direção Geral do Emprego e Relações de Trabalho (DGERT).

 

À saída da reunião, o vice-presidente e advogado do SNMMP, Pedro Pardal Henriques, anunciou que avançavam para a greve, uma vez que a ANTRAM não pretendia "cumprir aquilo a que se comprometeu com os motoristas", remetendo para dois acordos assinados em maio e que levaram os sindicatos a desconvocar uma greve que estava marcada para aquela altura.

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O que reivindicam os motoristas?

Os representantes dos motoristas pretendem um acordo para aumentos graduais no salário-base até 2022: 700 euros em janeiro de 2020, 800 euros em janeiro de 2021 e 900 euros em janeiro de 2022, o que, com os prémios suplementares que estão indexados ao salário-base, daria 1.400 euros em janeiro de 2020, 1.550 euros em janeiro de 2021 e 1.715 euros em janeiro de 2022.

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