O CEO da EDP, Miguel Stilwell d'Andrade, defendeu esta quinta-feira que o apagão que a 28 de abril deixou Portugal e Espanha sem eletricidade durante mais de 12 horas "realça a importância de garantir a robustez, a fiabilidade e a adaptabilidade do sistema elétrico". O responsável confirmou que "ainda está a ser avaliada a causa principal" deste "acontecimento excecional e de grande impacto para Portugal e Espanha".

"Tratou-se de um acontecimento sem precedentes. Ninguém pode, realmente, simular isto na totalidade. As equipas reagiram muito bem em circunstâncias difíceis", defendeu. 

No que diz respeito às lições para o futuro, Stilwell sublinhou a necessidade de "investimento contínuo em infraestruturas de rede, armazenamento de energia e outras fontes de flexibilidade, bem como mecanismos avançados de controlo e de resposta à frequência, incluindo serviços auxiliares".

"É muito claro para nós que as energias renováveis desempenharão um papel crucial no sistema energético do presente e do futuro. Se a transição energética está a acontecer, o aumento da penetração das energias renováveis deve ser acompanhado por uma maior sofisticação do sistema de eletricidade para criar um sistema que seja limpo, fiável e acessível", frisou logo no início da conversa telefónica com analistas que se seguiu à apresentação de resultados da EDP Renováveis do primeiro trimestre de 2025.

Entre janeiro e março, a EDPR registou lucros de 52 milhões de euros, o que equivale a uma quebra de 24% face aos 68 milhões de euros registados em igual período do ano passado, informou a empresa em comunicado enviado à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

Ainda sobre o apagão, o CEO da EDP aproveitou para "reconhecer e felicitar o trabalho realizado pelas equipas da EDP e E-Redes, as equipas do segmento de negócio da distribuição de eletricidade em Portugal e Espanha, e pela reposição realmente rápida e eficiente da energia aos clientes".