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Carlos Zorrinho: "Seria interessante perceber porque é que as eléctricas estão tão preocupadas agora com a tarifa social"

O ex-secretário de Estado da Energia lembrou que quando a tarifa social foi criada em 2010 as eléctricas não se mostraram contra esta medida.

Gabriela Canavilhas António Costa  congresso ps
Gabriela Canavilhas António Costa congresso ps Miguel Baltazar
06 de Novembro de 2017 às 18:34

O eurodeputado socialista Carlos Zorrinho questionou as razões por detrás das criticas das empresas eléctricas em Portugal à tarifa social. Quando a tarifa social na electricidade foi criada em 2010, Carlos Zorrinho era secretário de Estado da Energia e recorda que então a medida não mereceu a contestação das eléctricas.

"Eu era secretario de Estado quando foi introduzida a tarifa social em Portugal e na altura nenhuma operadora se manifestou contrária a pagar. Seria também interessante perceber porque é que agora estão tão preocupados em pagar a tarifa social", disse o eurodeputado esta segunda-feira, 6 de Novembro, num encontro com jornalistas no Parlamento Europeu em Bruxelas, sem entrar em mais detalhes.

Questionado sobre qual a posição dos socialistas europeus sobre a tarifa social, o eurodeputado explicou que defendem que esta medida deve ficar de fora do pacote de energia europeu, ou seja não deve ser obrigatória, e que cada país deve ser livre para criar ou não uma tarifa social na energia. 

A tarifa social da electricidade em Portugal abrangia 100 mil consumidores economicamente vulneráveis em meados de 2016, mas o número de beneficiários disparou para mais de 800 mil num espaço de um ano, depois do Governo de António Costa ter introduzido o regime de atribuição automática da tarifa social, através do cruzamento de dados das finanças com a Segurança Social.

Com o disparar do número de beneficiários, também disparou o valor pagar pelos produtores de electricidade que são quem paga a tarifa social na totalidade. Esta medida custou 73 milhões de euros em 2017. A EDP suportou a maior fatia (55 milhões de euros), seguida da Turbogás (6,2 milhões), Endesa (5 milhões), Tejo Energia (3,6 milhões), Hidroeléctrica Guadiana (3 milhões), Pebble Hydro (195 mil euros), EH Alto Tâmega e Barroso (70 mil euros), Município Ribeira de Pena (62 mil euros).

A EDP tem defendido que a medida deve ser financiada através do Orçamento do Estado e não pelos produtores de electricidade. A eléctrica liderada por António Mexia prevê que o custo com esta medida pode vir a crescer no futuro dos actuais 73 milhões para os 100 milhões de euros.

O Governo renovou em Outubro este desconto de 33,8% na factura da electricidade para 2018, reforçando a mensagem que a tarifa social não pode ser repercutida nas tarifas de electricidade dos restantes consumidores, algo que o Executivo de  António Costa disse ter acontecido em 2016 e 2017 e que agora vai pedir dinheiro de volta à EDP e à Endesa por esta repercussão.

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