A EDP planeia investir até 2 mil milhões de dólares em projetos de energias renováveis e armazenamento em baterias na Ásia até 2030, avançou a Bloomberg. O plano surge num momento em que a empresa está a abandonar mercados considerados menos promissores na região.

“Temos vindo a reduzir a presença em mercados que eram opções, mas que não estão a materializar-se à velocidade e à escala de que precisamos”, afirmou Pedro Vasconcelos, membro do conselho executivo da EDP, responsável pela região da Ásia-Pacífico, citado pela agência. Este ajustamento permitirá “reforçar a aposta em Singapura, Austrália e Japão”.

A EDP Renováveis (EDPR) estava presente em dez mercados asiáticos há dois anos, mas saiu entretanto de países como Indonésia, Tailândia, Camboja e Coreia do Sul. De acordo com Miguel Fonseca, CEO das operações da EDPR para a região, algumas destas geografias careciam de maturidade regulatória, clareza no licenciamento, contrapartes credíveis e condições de preço e escala.

O reposicionamento ocorre num contexto em que o Sudeste Asiático continua fortemente dependente do carvão e com dificuldades em acelerar a transição energética. A Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) deverá falhar a meta de atingir 23% de energias renováveis no mix energético até 2025, devido à falta de investimento e a entraves burocráticos, refere a Bloomberg.

“Por diferentes razões, seja por favorecer mais os players locais, seja por uma regulação que não oferece a visibilidade necessária para investimentos a 30 anos, algo ainda não encaixou”, disse Vasconcelos. “Mas o potencial está lá.”