Governo espanhol impõe quatro horas de rede móvel para 85% da população em caso de apagão
Projeto de decreto obriga operadores a garantirem entre 4 e 24 horas e define três categorias de infraestruturas com diferentes exigências de autonomia. Reforço poderá custar centenas de milhões, segundo o Expansión.
O Governo espanhol avançou com um projeto de decreto real sobre a resiliência das redes, naquela que é uma resposta direta ao colapso das comunicações móveis durante o apagão de 28 de abril.
De acordo com o Expansión, a proposta estabelece três hierarquias de redes, de modo a que uma parte da rede será considerada de primeiro nível, outra de nível intermédio e a restante, cada uma com um prazo de resiliência elétrica diferente.
Segundo o Ministério da Transformação Digital, as instalações classificadas como primeiro nível terão de garantir 24 horas de operatividade sem fornecimento elétrico. As de nível intermédio deverão assegurar 12 horas, enquanto o restante da rede terá de manter o serviço durante pelo menos quatro horas. No caso da rede móvel, essas quatro horas devem permitir cobertura para 85% da população.
O jornal sublinha que o cumprimento destas exigências implica equipar antenas e torres com baterias de elevada capacidade ou geradores a gasóleo, soluções caras, pesadas e difíceis de instalar em zonas urbanas, onde é necessário obter autorização das comunidades de proprietários e muitas coberturas não suportam o peso adicional, embora muitos locais já disponham de sistemas de 'backup'.
Segundo o Expansión, o plano poderá exigir centenas de milhões de euros de investimento por parte das operadoras e das empresas de torres – American Tower, Cellnex, Totem e Vantage Towers. Estas só avançarão com as adaptações mediante contratos que garantam retorno, pressionando os custos das telecomunicações.
Num setor condicionado por restrições financeiras e necessidades de investimento, o reforço da resiliência elétrica poderá reduzir a margem para expandir cobertura ou capacidade, refere o Expansión.
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