pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Lucros da Galp caem 41% no primeiro trimestre para 192 milhões de euros

A petrolífera justifica o desempenho menos positivo com o aumento das paragens planeadas para manutenção em quatro unidades de produção no Brasil e à queda nas margens de refinação no primeiro trimestre de 2025. 

Pedro Ferreira
28 de Abril de 2025 às 07:11

A Galp Energia registou no primeiro trimestre de 2025 um resultado líquido de 192 milhões de euros. Trata-se de uma quebra acentuada de 41% face aos lucros registados no mesmo período de 2024, que chegaram aos 325 milhões de euros. Os resultados da empresa foram comunicados na manhã desta segunda-feira à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM).

A petrolífera justifica o desempenho menos positivo com o aumento das paragens planeadas para manutenção em quatro unidades de produção no Brasil e à queda nas margens de refinação no primeiro trimestre de 2025

Ainda assim, os recém-nomeados co-CEO da Galp até 2026, Maria João Carioca e João Diogo Marques da Silva, dizem que se trata de "um início de 2025 sólido para a Galp, revelando resiliência operacional num ambiente de mercado cada vez mais volátil".

"Os sólidos desempenhos em todos os negócios e a conclusão bem-sucedida do desinvestimento na participação na Área 4, em Moçambique, colocaram a Galp numa posição privilegiada para reforçar ainda mais a sua posição ao longo do ano. O nosso foco na execução manteve-se forte, progredindo com os nossos projetos de crescimento e transformação, incluindo a conclusão bem-sucedida de mais um poço na Namíbia", acrescentaram.

Face a estes resultados, a empresa espera fazer (durante o segundo trimestre deste ano) um segundo pagamento interino de dividendo relativo aos resultados de 2024, no valor de 0,34 cêntimos por ação, que depende ainda de aprovação em Assembleia Geral de acionistas marcada para 9 de maio.

No que diz respeito ao resultado ajustado a custo de substituição (RCA) antes de juros, impostos, depreciação e amortizações (EBITDA), este foi de 669 milhões de euros, mostra a petrolífera, ou seja menos 29% do que no período homólogo de 2024. Este valor está em linha com a diminuição registada nos resultados das duas principais áreas de negócio da Galp: o Upstream (produção petrolífera) no Brasil, cujo EBITDA diminuiu 32% no trimestre, para 385 milhões, e o Industrial & Midstream, que inclui a área da refinação, com o EBITDA deste segmento de negócio a cair 28%, para 218 milhões.

Até ao final de março, a dívida da Galp manteve-se nos 1,2 mil milhões de euros. 

Entre janeiro e março de 2025 a Galp investiu um total de 295 milhões de euros (90% dos quais nas áreas de upstream e industrial), sobretudo na avaliação das reservas de petróleo na Namíbia, no projeto Bacalhau, no Brasil e também nos novos projetos de baixo carbono em curso na refinaria de Sines, onde se incluem as unidades de produção de hidrogénio verde e de produção de biocombustíveis avançados (incluindo combustíveis sustentáveis para aviação – SAF), que deverão começar a operar já no próximo ano.

Segundo o comunicado enviado à CMVM, em termos operacionais a Galp reduziu 3% a sua produção total de petróleo e gás no Brasil 3% para 104 mil barris diários. "Apesar disso, a Galp mantém as metas de produção média até ao final do ano, uma vez que em três meses foram concluídas 40% das operações de manutenção previstas para o total do ano", refere a petrolífera.  

Já no que diz respeito à refinação em Sines, a empresa destaca as "condições climatéricas adversas" que contribuíram para que as matérias-primas processadas tenham diminuído 4%, para o equivalente a 21,6 milhões de barris. Além disso, a margem de refinação caiu mais de metade (-53%), de 12 para 5,6 dólares por barris, aos quais acrescem os custos operacionais da refinaria de 3 dólares por barril. No primeiro trimestre do ano a refinaria de Sines exportou 31% dos volumes produzidos, estando planeada para o final deste ano uma paragem da fábrica 1 da unidade, para manutenção, durante 50 dias.

O segmento Comercial (EBITDA de 61 milhões de euros) registou um trimestre positivo nas vendas, refere a Galp, tanto de produtos petrolíferos como de gás natural e eletricidade, à boleia do aumento do número de clientes e da expansão da rede de carregamento de veículos elétricos para 6.900 pontos. A área de negócio atingiu pela primeira vez a marca dos 430 mil clientes no gás e eletricidade, o que representa um acréscimo de 80 mil clientes face ao período homólogo do ano anterior e 30 mil clientes face ao 4.º trimestre de 2024. 

Nas Renováveis, a empresa assinala uma melhoria de 12% no EBITDA da área de negócio, para um total de 10 milhões, apesar da redução de produção de energia solar no trimestre. 

Ver comentários
Publicidade
C•Studio