Preços mais baixos, custos à vista e pagamento nos postos. Saiba o que muda na mobilidade elétrica
Novo regime da mobilidade elétrica promete maior transparência, mas também custos mais baixos para os utilizadores. Fim da obrigação de contrato com fornecedor de energia é uma das novidades, a que e soma o pagamento diretamente nos postos.
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Foi aprovado uma vez, mas o Governo caiu. Agora, o Executivo de Luís Montenegro deu novamente “luz verde” ao novo regime da mobilidade elétrica. Há muitas alterações face ao modelo atual, todas com o objetivo de tornar a rede mais simples, mas também mais barata para os utilizadores de veículos “verdes”.
Haverá, nos próximos meses, mudanças de fundo na rede de carregamento, que deverá crescer de forma mais acelerada, nomeadamente ao nível da transparência relativamente aos preços.
Os postos vão ter de mostrar os valores cobrados, há uma uniformização da forma como são feitas as tarifas, sendo que passará também a ser mais fácil pagar. Deixa de ser preciso ter um contrato com um fornecedor de eletricidade. Basta ter um cartão bancário.
Para explicar melhor todas as mudanças, o Governo, através do Ministério das Infraestruturas e Habitação, preparou uma série de perguntas e respostas sobre este novo regime.
O que ganham os utilizadores com o novo regime da Mobilidade Elétrica?
Em primeiro lugar, são reduzidas as taxas pagas pelo utilizador uma vez que deixam de existir intermediários no processo. Clientes da mobilidade elétrica, mas também comercializadores e operadores, deixam de ter a obrigatoriedade de estar ligados à entidade gestora da mobilidade elétrica, atualmente designada na MobiE.
Essa alteração traz um benefício substancial: os utilizadores deixam de ter necessidade de ter um contrato com um comercializador de energia, como acontece atualmente.
Este regime, alinhado com o Regulamento AFIR que define, nomeadamente, a promoção da liberdade de acesso aos pontos de carregamento elétrico, impondo sistemas de carregamento sem necessidade de contrato com os comercializadores.
O utilizador vai poder pagar com multibanco?
Sim. Isso já é possível em alguns locais, mas com o Novo Regime da Mobilidade Elétrica os postos de carregamento com potências iguais ou superiores a 50 kW passam a ser obrigados a disponibilizar pagamento através de cartão bancário. Os outros, com potências inferiores, devem, pelo menos, oferecer formas de pagamento através de meios eletrónicos alternativos, como QR Code.
O utilizador vai poder comparar os preços da energia?
Sim. Vai ser obrigatório que os postos de carregamento disponham de informação e preços à vista, tal como acontece com os postos de abastecimento de combustíveis fósseis.
O cliente fica a saber exatamente quanto vai pagar quando carrega?
Essa é uma das grandes alterações trazidas pelo Novo Regime da Mobilidade Elétrica. A partir de agora, o utilizador paga no momento apenas o valor final do carregamento.
A mobilidade elétrica vai ficar mais barata?
O novo regime é pensado nesse pressuposto. Com a liberalização do mercado da mobilidade elétrica, pretende-se que o mercado atraia mais players e avance nesse sentido. Por outro lado, a liberalização deverá aumentar o número de postos de carregamento.
O utilizador vai ter informação dos preços, por exemplo, nas autoestradas?
Essa é uma das expectativas deste no Novo Regime da Mobilidade Elétrica. Com o funcionamento do mercado e promoção da concorrência, tudo aponta para que isso aconteça, nomeadamente porque é criada a figura do Prestador de Serviços da Mobilidade Elétrica.
O que muda para os operadores de pontos de carregamento?
Os Operadores de Pontos de Carregamento (OPC) ganham mais autonomia para gerir os seus pontos de carregamento, podem usar energia de autoconsumo como painéis solares, passam a ter liberdade para definir os seus modelos de negócio e deixam de estar obrigados a integrar uma rede única.
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