IDS compra 22 imóveis no Morro da Sé do Porto para cumprir promessa de 18 anos da autarquia
A promessa da Câmara do Porto foi formulada pela primeira vez em 2007: a construção de uma residência de estudantes no Morro da Sé, considerado o local onde a cidade começou, nomeadamente na área central do Quarteirão da Bainharia, que deve o seu nome à grande concentração neste arruamento de bainheiros, artesãos que se dedicavam ao fabrico de bainhas para armas brancas, designadamente espadas.
Um primeiro concurso, em março de 2008, acabou em nada, pois uma das empresas do consórcio vencedor foi mais tarde declarada insolvente, o que fez arrastar o processo, tendo em 2014 a Porto Vivo, SRU, a empresa municipal de reabilitação urbana, desfeito o contrato de parceira com o privado.
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No final de 2019, a autarquia voltava à carga, anunciando o lançamento de um concurso para a transformação de um conjunto de 22 imóveis no Morro da Sé – alguns municipais, outros já expropriados – em residência de estudantes, com o recurso a uma concessão a privados por 40 anos. Mas os custos associadas à operação acabaram por não atrair os privados.
Entretanto, descartadas as opções de concessão e recurso a verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), a autarquia liderada por Rui Moreira lançou, em janeiro passado, um concurso público internacional para a conceção, construção, exploração e manutenção de uma residência de estudantes no Quarteirão da Bainharia, estipulando o preço-base em 3,15 milhões de euros.
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A proposta vencedora, a única que surgiu no concurso, foi apresentada pela Splashecho, do grupo IDS, que “bateu” 3,25 milhões de euros. “Em causa está a conversão de 22 imóveis, de entre três e cinco pisos, com uma área de construção da ordem dos sete mil metros quadrados, numa residência para mais de uma centena de estudantes, num investimento estimado em 25 milhões de euros”, adianta ao Negócios o líder do grupo sediado em Gaia.
“Contamos que o projeto venha a ser aprovado até ao final deste ano, pelo que estimamos arrancar com a obra no início do próximo”, sinaliza Eduardo Sardo. A escritura do contrato de reabilitação urbana foi formalizada na semana passada, com a autarquia a prever que “a residência para cerca de 110 estudantes” entre em funcionamento em 2029. A Splashecho compromete-se a manter o uso deste ativo como residência universitária até 2040.
“A instalação de uma nova residência de estudantes no Morro da Sé representa um importante marco na política municipal de habitação e regeneração urbana”, enfatiza Pedro Baganha, vereador da Habitação da Câmara do Porto.
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“Este projeto tem a virtude de conciliar dois dos nossos grandes objetivos: revitalizar o centro histórico e responder à crescente procura por alojamento estudantil, com critérios de qualidade, sustentabilidade e integração urbana”, sublinha Baganha.
“Como vereador da Habitação, não posso negar que me orgulha ver a cidade conseguir dar mais um passo concreto para ser mais inclusiva, acessível e preparada para acolher as gerações futuras”, remata o autarca.
Já Eduardo Sardo considera que “este projeto representa não apenas um passo significativo na requalificação do centro histórico do Porto, mas também um compromisso com a criação de soluções sustentáveis e acessíveis para a comunidade estudantil”.
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A autarquia afiança que a residência de estudantes irá acomodar “exigentes padrões de eficiência energética e de conforto habitacional, nomeadamente cumprimento dos requisitos nZEB (edifício com necessidades quase nulas de energia), compromisso com as certificações internacionais LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) e WELL Building Standard”.
Na proposta vencedora está ainda prevista “a afetação de quadro técnico com experiência comprovada na gestão de residências estudantis, atualmente em funções de direção numa unidade localizada no Polo Universitário da Asprela”.
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