Sonae lança iniciativa “Falhar foi só o início” após ficar a nove pontos da meta
Há meia dúzia de anos, a Sonae estabeleceu como objetivo assegurar 100% de embalagens de plástico da marca própria recicláveis, reutilizáveis ou compostáveis até ao final de 2025.
A pouco mais de três meses do final do ano, a Sonae assume, desde já, que a meta não será alcançada no prazo previsto, ainda que enfatize o facto de ter conseguido melhorar a taxa de reciclabilidade das embalagens de plástico de marca própria de 72% para 91% entre 2019 e junho deste ano.
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A ambição desta meta é o mote da iniciativa “Falhar foi só o início”, que a Sonae lança esta terça-feira, 23 de setembro, com o objetivo de reforçar o empenho do grupo neste compromisso, celebrar o progresso atingido e apelar à concertação de esforços que viabilizem a meta de 100%.
“Superar os 91% de taxa de reciclabilidade das embalagens de plástico da marca própria é um motivo de enorme orgulho para a Sonae, que só foi possível por termos definido um objetivo e um prazo tão ambiciosos”, defende Daniel Fonseca, diretor de marca e comunicação da Sonae, em comunicado.
“Com a iniciativa ‘Falhar foi só o início’, queremos ser transparentes assumindo que ainda não chegámos tão longe como ambicionado, mas também reconhecer o trabalho de inovação, agilidade e criatividade que levaram a este progresso”, explica Daniel Fonseca.
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“Mostramos que o caminho é difícil, mas é necessário e é para continuar”, afirma o mesmo gestor, sinalizando que esta ousada iniciativa “serve também como apelo para a mobilização, quer da cadeia de valor para ultrapassar as limitações existentes, quer da sociedade para realizar corretamente a reciclagem”.
“Só com o envolvimento de todos conseguiremos ultrapassar as barreiras tecnológicas, operacionais e culturais para, como país, liderarmos este movimento”, remata o diretor de marca e comunicação da Sonae.
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É que, como alerta a Sonae, a reciclabilidade das embalagens de plástico “enfrenta desafios tecnológicos, logísticos e comportamentais que torna inviável, atualmente, atingir a taxa de reciclabilidade de 100% ambicionada para 2025”.
Para assegurar a preservação, segurança e qualidade dos produtos, bem como o prazo de validade adequado no caso dos produtos alimentares, o grupo liderado por Cláudia Azevedo lembra que “continuam a ser indispensáveis certos tipos de plástico, como são exemplo as embalagens com barreira ou multimateriais que permitem preservar as características de alguns alimentos e/ou prolongar a sua durabilidade, dificultando, assim, a sua substituição”.
Segundo a Sonae, “existem também entraves tecnológicos significativos na triagem e no processamento de certos tipos de plástico, como é o caso das embalagens de PS, entre os quais os copos de iogurte, cuja ausência de especificações de triagem para este tipo de material torna inviável o seu ‘upcycling’ em escala”.
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Adicionalmente, outro desafio central é a participação ativa do consumidor no ciclo de reciclagem, porquanto, “a viabilidade de reintegrar o plástico no sistema depende da devolução correta das embalagens após o uso”.
Contudo, “erros na separação, falta de hábitos de reciclagem ou ausência de acesso facilitado a pontos de recolha reduzem significativamente as taxas de recuperação”, pelo que, “sem esta colaboração essencial, mesmo as embalagens tecnicamente recicláveis acabam por não entrar no circuito adequado, comprometendo o esforço do objetivo global”, observa o grupo maiato.
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