Bosch despede mais 13 mil trabalhadores, mas Portugal "não será afetado"
Plano de redução de pessoal será executado nos próximos cinco anos. Impacto será sentido sobretudo na Alemanha.

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A gigante alemã Bosch vai cortar 13 mil postos de trabalho nas áreas de componentes automóveis, uma redução que representa cerca de 3% da força de trabalho global da empresa. Ao Negócios, fonte oficial da Bosch Portugal adianta que a operação portuguesa "não será" afetada. "À data não há qualquer previsão nesse sentido", acrescentou.
A redução de pessoal será feita de forma faseada, num plano até 2030, e vai impactar acima de tudo as unidades de produção da empresa na Alemanha. Uma maior concorrência no mercado de componentes automóveis e um abrandamento na venda de carros estão a pressionar a divisão de mobilidade da empresa alemã, assim como outros fatores.
"Os desenvolvimentos geopolíticos e as barreiras comerciais como as tarifas estão a criar incertezas significativas com as quais todas as empresas têm de lidar", disse Markus Heyn, do conselho de administração da Bosch e responsável pela divisão automóvel, a propósito dos despedimentos previstos. "Esperamos que a concorrência se intensifique ainda mais, por isso o nosso objetivo é aproveitar oportunidades de crescimento sempre que possível", acrescentou, citado pela agência de notícias financeiras Bloomberg.
Os cortes serão feitos acima de tudo nas diferentes unidades de produção que a empresa tem na Alemanha: em Feuerbach, onde são produzidos componentes de diesel, vão ser cortados 3.500 postos de trabalho; em Schwieberdingen vão ser eliminados 1.750 empregos; em Waiblingen a Bosch vai fechar uma fábrica de conetores e despedir 560 pessoas; já em Bühl serão 1.550 os despedimentos nos próximos anos, e em Homburg, numa fábrica dedicada a componentes para camiões, serão 1.250 pessoas.
A empresa adianta que já informou os trabalhadores e respetivos representantes sobre os planos de despedimento e vai procurar apoiar os funcionários afetados. "A Alemanha continua a ser central para a Bosch. Mas temos de nos tornar mais eficientes para mantermos a nossa competitividade global", comentou Stefan Grosch, diretor de recursos humanos da gigante alemã.
A pressão das tarifas comerciais tem-se feito sentir junto dos diferentes fabricantes automóveis, que têm procurado reduzir os custos juntos dos fornecedores, um cenário que afeta diretamente a Bosch. A também cada vez maior concorrência de fabricantes automóveis chinesas, sobretudo na área dos veículos elétricos, traz uma pressão acrescida ao mercado – e segundo os dados mais recentes, os automóveis elétricos têm uma expressão cada vez maior no mercado.
(Notícia atualizada às 15:06 horas com mais informação e às 16:11 horas com informação da Bosch Portugal)
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