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Lucros da Corticeira caem para 45,7 milhões até setembro. Incêndio em outubro provoca prejuízo de 7 milhões

Com a faturação a recuar 6,8% para 676,5 milhões de euros nos primeiros nove meses deste ano, a Corticeira Amorim reporta prejuízos avultados decorrentes de lucros cessantes devido a um incêndio, a 19 de outubro, nas instalações da Amorim Florestal em San Vicente de Alcántara.

António Rios de Amorim, presidente da Corticeira Amorim
António Rios de Amorim, presidente da Corticeira Amorim
17:05

No dia 19 de outubro, as instalações da Amorim Florestal em San Vicente de Alcántara, na província espanhola de Badajoz, sofreram um incêndio que “resultou em danos patrimoniais (incluindo edifícios, equipamentos e matérias-primas) e prejuízos decorrentes de lucros cessantes estimados em aproximadamente sete milhões de euros”, o que levou a empresa a acionar a sua apólice de seguro, “estando neste momento a decorrer o processo de participação de sinistro”, reportou a Corticeira Amorim.

Esta informação é revelada esta segunda-feira, 3 de novembro, no comunicado da Corticeira Amorim sobre as suas contas relativas aos primeiros noves meses deste ano, período em que registou um resultado líquido de 45,7 milhões de euros, o que representa uma queda de 4,5% face ao obtido há um ano.

Já a faturação caiu 6,8% entre janeiro e setembro, para 676,5 milhões de euros, com todas as unidades de negócio a registarem uma redução das vendas.

Na mensagem que acompanha o comunicado publicado no site da CMVM, o presidente da empresa começa por enfatizar que “o ano de 2025 revelou-se mais desafiante do que inicialmente previsto, com tensões geopolíticas e alterações no comércio internacional a impactarem negativamente o mercado, num cenário de transformação dos hábitos de consumo de álcool que impõe pressões acrescidas ao setor vitivinícola”.

Sobre a atividade da Corticeira Amorim nestes nove meses, António Rios de Amorim afirma que esta “foi, naturalmente, condicionada por este contexto de elevada incerteza e reduzida previsibilidade, com impacto nos níveis de consumo”, levando os seus clientes “a adotarem políticas de compra mais prudentes”, observa.

De resto, mantém a trajetória. “Acreditamos que os momentos de adversidade representam oportunidades para fortalecer o nosso modelo de negócio e garantir bases sólidas para um crescimento sustentável da Corticeira Amorim no futuro. Neste sentido, continuamos a robustecer a nossa oferta, apostando em inovação e desenvolvimento, evidenciando as mais-valias técnicas e de sustentabilidade dos nossos produtos”, sustenta o líder da empresa.

Rios de Amorim realça que “a redução do nível de endividamento e a proteção da rentabilidade foram também prioridades, tendo-se implementado medidas para otimizar a estrutura de custos e reforçar a eficiência operacional”.

No final de setembro, a dívida remunerada líquida da Corticeira Amorim ascendia a 99,2 milhões de euros.

“Apesar do pagamento de dividendos (42,6 milhões de euros) e do investimento em ativo fixo (24,6 milhões de euros), a forte geração de fluxos de caixa (153,5 milhões de euros) suportou a redução da dívida líquida em96,5 milhões de euros face ao final de dezembro de 2024 (195,7 milhões de euros)”, detalha a empresa.

Por último, Rios de Amorim salienta que “a melhoria evidente da rentabilidade da Amorim Cork Solutions” reforça a convicção da Corticeira “sobre os benefícios decorrentes da gestão integrada das operações de todo o negócio ‘não rolha’ numa única unidade de negócios”.

De qualquer forma, a Amorim Cork Solutions “foi particularmente afetada pela redução da atividade no segmento de pavimentos e pela alteração do perímetro de consolidação – excluindo este impacto, a redução das vendas teria sido de 11,2%”, sublinha a Corticeira Amorim.

Em termos consolidados, o recuo das vendas globais da empresa deveu-se em grande parte à venda da participação na Timberman Denmark em dezembro de 2024 – “excluindo este efeito, as vendas teriam caído 3,6%”, nota a Corticeira Amorim.

O EBITDA consolidado recuou de 127,6 para 117,6 milhões de euros, no final de setembro passado, “pressionado por um mix de produto mais desfavorável e pelo efeito da desalavancagem operacional”, explica a empresa.

Por outro lado, esclarece, “os menores custos e a melhor qualidade da matéria-prima cortiça trabalhada, as eficiências industriais e os benefícios decorrentes da reorganização da Amorim Cork Solutions, possibilitaram compensar aqueles efeitos, suportando a margem EBITDA nos 17,4%” (contra  17,6% no período homólogo).

(Notícia atualizada às 17:21)

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