PCP ataca “lay-off” na fábrica de Braga por parte da "multimilionária" Bosch
O Partido Comunista acusa “a multimilionária Bosch” – que, “em Portugal, em 2024, auferiu lucros na ordem dos 2,4 mil milhões de euros” – de mandar para casa 2.500 trabalhadores, “transferindo para a Segurança Social portuguesa os custos dessa decisão”.
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O PCP questionou o Governo sobre o anúncio de que a Bosch vai colocar em “lay-off” a maioria dos seus 3.300 trabalhadores da fábrica de Braga, censurando a “multimilionária” multinacional por recorrer a este mecanismo.
“No ano de 2024, a Bosch Portugal auferiu lucros na ordem dos 2,4 mil milhões de euros, registando um crescimento de 18% na unidade de Braga, a maior do país. Foi o terceiro ano consecutivo em que a fasquia dos dois mil milhões de euros de lucros foi superada”, realça o grupo parlamentar do PCP numa pergunta dirigida à ministra do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Os 2,4 mil milhões de euros de “lucros” propalados pelo PCP na pergunta ao Governo não correspondem aos resultados líquidos da Bosch Portugal, mas sim à faturação registada pelo grupo germânico no nosso país no ano passado.
“A multimilionária Bosch irá recorrer ao ‘lay-off’, transferindo para a Segurança Social portuguesa os custos desta sua decisão”, denuncia o texto assinado pelo deputado Alfredo Maia.
“Isto é, a Bosch, ao mesmo tempo que protege os lucros dos seus acionistas, transfere para os seus milhares de trabalhadores e para a Segurança Social os custos das suas opções de gestão. Entretanto, estima-se que terão sido já despedidos 597 trabalhadores entre 2024 e setembro do presente ano“, critica o deputado comunista.
As oito perguntas do grupo parlamentar do PCP à ministra do Trabalho:
- Conhece o Governo a intenção de aplicação de “lay-off” pela empresa Bosch na sua unidade de Braga durante 6 meses?
- Que medidas está o Governo a tomar para garantir que os trabalhadores abrangidos têm os seus direitos salvaguardados e que não são prejudicados nos seus rendimentos?
- Conhece o Governo quantos trabalhadores com vínculos precários ou de empresas que prestam serviços para a unidade da Bosch de Braga serão afetados com a aplicação deste “lay-off”? Que medidas está o Governo a considerar para salvaguardar estes trabalhadores?
- Conhece o Governo quais os impactos que a aplicação do “lay-off” na Bosch em Braga terá noutras empresas, como fornecedores?
- Os contratos via AICEP assinados com a empresa já estão em vigor? Esses postos de trabalho vão ser afetados pelo “lay-off”?
- O Governo tem conhecimento sobre a empresa beneficiar de fundos públicos nacionais ou comunitários?
- Considera o Governo razoável que um grupo que apresenta resultados tão positivos em Portugal recorra à aplicação do “lay-off” com o esforço que tal implica para a Segurança Social?
- Que medidas pensa o Governo vir a tomar junto da UE, face a problemas diversos que estão sinalizados, para proteger o desenvolvimento do setor automóvel em Portugal?
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