Dona da Novo Nordisk investe 40 milhões num computador quântico

A fundação por trás da empresa que produz o popular medicamento Ozempic e o governo dinamarquês vão fazer um investimento conjunto para acelerar o desenvolvimento tecnológico no país.
Dinamarca investe num computador quântico para investigação e desenvolvimento
Fundação Novo Nordisk
Rui da Rocha Ferreira 20 de Julho de 2025 às 18:00

A Fundação Novo Nordisk, que detém a Novo Holdings A/S (responsável pela criação do medicamento para a diabetes Ozempic), e o governo dinamarquês, através do Fundo para a Exportação e Investimento, vão investir 40 milhões de euros cada na aquisição de um computador quântico da Microsoft e da Atom Computing.

O computador quântico que os dinamarqueses vão comprar recebeu o nome de "Magne" (que tem o significado de força) e vai ficar disponível para que empresas e investigadores da região possam desenvolver trabalhos em áreas como a química, farmacêutica, logística e finanças – setores que beneficiam da capacidade de processamento exponencial da computação quântica. O computador deverá estar operacional no início de 2027, segundo escreve a Bloomberg. Este equipamento será operado por uma nova empresa criada para o efeito, a QuNorth.

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Enquanto num computador comum (também chamado de clássico) a informação é processada num sistema binário (os chamados bits), que podem ser ou zero (0) ou um (1), um computador quântico processa a informação em bits quânticos, no qual a informação pode ser zero e um ao mesmo tempo, tirando partido das particularidades da Física Quântica para criar equipamentos com uma maior capacidade de processamento.

O Magne vai ser um dos mais capazes computadores quânticos comerciais até à data, estando equipado com 1200 qubits físicos e 50 qubits lógicos (quanto maior o número de qubits físicos, mais qubits lógicos podem ser gerados e menor a taxa de erro das operações feitas pelo computador).

Mas o investimento anunciado nesta semana também tem uma componente mais europeia, já que está a ser feito com o objetivo de atrair investimento e talento ligado aos setores económicos referidos, além de querer reforçar a posição da União Europeia na chamada "corrida" à computação quântica.

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"O mundo mudou e a concorrência por tecnologias críticas é feroz. A China e os EUA estão a investir em grande escala enquanto a Europa está a ficar para trás. (...) A Dinamarca e a UE devem liderar a corrida às novas tecnologias", sublinhou Morten Bødskov, ministro da Indústria da Dinamarca, em comunicado.

Este não é o primeiro investimento do género feito pelos dinamarqueses – no ano passado, a Fundação Novo Nordisk e o governo dinamarquês juntaram-se para investir num supercomputador, equipado com chips da Nvidia, para o desenvolvimento de novos medicamentos e testes clínicos.

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